A China disse nesta quinta-feira que não vai ceder à pressão dos países industrializados na questão climática, e reiterou sua exigência de que as nações desenvolvidas se comprometam com cortes mais expressivos nas suas emissões de gases do efeito estufa.
Representantes de 177 governos discutem nesta semana em Tianjin, no norte da China, as bases de um eventual tratado climático para substituir o Protocolo de Quioto a partir de 2013.
A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos anos, os países em desenvolvimento querem mais empenho das nações ricas no combate ao aquecimento global. As nações industrializadas, por sua vez, dizem que grandes países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, também precisam se comprometer com cortes.
O Protocolo de Quioto só estabelece exigências para os países ricos, embora os EUA, que estão entre os maiores emissores, não participem desse esquema.
A primeira fase de Quioto, que envolve cerca de 40 nações ricas no cumprimento de metas de emissões, expira em 2012 e não está claro o que acontecerá depois disso, fato que preocupa investidores que querem certezas de longo prazo sobre políticas e financiamento.
"Claro, nós estamos discutindo as questões legais, se isso acontecer", disse Su Wei, diretor do departamento de mudança climática da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China, referindo-se a um possível período sem um acordo que substitua Quioto.
A ONU vem ampliando os esforços para convencer os países a não deixar o Protocolo de Quioto expirar sem que haja um substituto e para garantir o mercado de carbono de 2,7 bilhões de dólares, que faz parte do acordo.
Su disse à Reuters que o governo chinês não vai ceder às exigências ocidentais e está relutantemente pensando em como lidar com a probabilidade de que a primeira fase de Quioto expire sem outro acordo para substituí-la.
(Reuters, Folha.com, 07/10/2010)