Uma expedição realizada em 2009 por Papua Nova Guiné mostrou novamente que o país insular é tão diverso em formas de vida quanto em culturas. Pesquisadores da Conservation International (CI) e do Institute for Biological Research (IBR) precisaram de apenas dois meses para descobrir 200 novas espécies, em média mais de 3 por dia nas remotas Montanhas Nakanai e Muller Range na ilha de Nova Inglaterra.
Metade das novas espécies são aranhas, mas o grupo também descobriu mamíferos, nove novas plantas, duas dúzias de sapos e muitos insetos. A maior surpresa foi a descoberta de ao menos duas espécies tão únicas que possivelmente serão enquadradas em seu próprio gênero.
“Não há dúvida que as descobertas feitas em ambas pesquisas são inacreditavelmente significativas pelo número de novas espécies registradas e pelo novo gênero identificado”, comentou a chefe do Programa de Avaliações Rápidas da CI Leeanne Alonso. Desde as primeiras expedições em 1990, o programa já revelou mais de 700 novas espécies.
Nesta expedição os pesquisadores acharam nas Montanhas Nakani um rato de altitude único com a cauda metade branca, metade preta. Sem parentes próximos identificados, os pesquisadores estão criando um novo gênero para este minúsculo rodentia (em latim).
Entomologistas também descobriram uma variedade de novas espécies de formiga, incluindo uma com remarcáveis círculos nas costas. Os pesquisadores acreditam que a nova formiga, com apenas dois indivíduos encontrados, na realidade vive no dossel das florestas. Assim como o rato, ela também deve receber um gênero próprio, após a realização de testes de DNA.
As áreas pesquisadas foram nomeadas pelo Departamento de Conservação e Meio Ambiente do governo ara receber o status de Patrimônio Mundial da UNESCO e os pesquisadores esperam que as novas descobertas contribuam para a sua aprovação.
Há muito tempo protegida por ser remota e ter uma geografia selvagem, os povos e espécies de Papua Nova Guiné estão sendo submetidos a ameaças, assim como oportunidades.
Os setores madeireiro e de óleo de palma estão pressionando as tribos e o governo para desmatar as florestas em busca de renda, enquanto grandes projetos desenvolvimentistas, como minas, colocam em perigo os ecossistemas. Por enquanto, o país continua sendo uma das nações mais intocadas no oriente.
(Mongabay, traduzido por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil, 06/10/2010)