O lixo acumulado na Capital no primeiro turno das eleições bateu recorde. Das 17h de domingo às 4h de ontem, foram recolhidas 40 toneladas de "santinhos" de ruas e avenidas. Outras 60 toneladas foram removidas até o início da noite de ontem. Houve ainda o recolhimento de 45 toneladas de cavaletes com propaganda eleitoral das 22h de sábado às 7h de domingo, informou o diretor-geral em exercício do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Carlos Vicente Gonçalves.
O volume é superior ao total de resíduos produzidos no primeiro turno das eleições de 2006:53 toneladas de "santinhos" e 32 toneladas de cavaletes. Porém, a tendência para o segundo turno é de redução substancial na quantidade de resíduos, tendo em vista que na Capital e no Interior os eleitores gaúchos votarão apenas para a Presidência da República.
Em 2006, quando foram recolhidas 11 toneladas de lixo, o segundo turno envolveu as disputas ao Palácio Piratini e ao Palácio do Planalto. "Há sempre maior acúmulo de cavaletes e ''santinhos'' quando a disputa envolve candidatos à Assembleia, ao Congresso Nacional e à Câmara Municipal de Porto Alegre", enfatizou Gonçalves.
De acordo com Gonçalves, o maior foco de lixo eleitoral, no domingo, foi mesmo nas imediações dos pontos de votação e nas principais vias de Porto Alegre. "A situação ficou bastante complicada no término do pleito por conta do vento", assinalou. Segundo ele, os garis do DMLU conseguiram cumprir com a exigência do Tribunal Regional Eleitoral, que era de retirar os cavaletes durante a madrugada de domingo. A limpeza envolveu 642 trabalhadores e 38 caminhões.
No início da manhã de ontem, o que restou do lixo eleitoral estava concentrado em bairros da zona Norte. O auxiliar de limpeza de um supermercado do bairro Humaitá, Júlio César Martins, preferiu não esperar pela chegada dos garis. "Já tinha recolhido os ''santinhos'' no sábado e, agora, decidi fazer o mesmo", disse.
No Centro, não havia vestígios da votação. O gari Gustavo Cardoso da Silva disse que, das 17h às 23h de domingo, encheu o carrinho umas 50 vezes. "O vento dificultou o nosso trabalho", frisou.
O material recolhido foi levado para a Estação de Transbordo do DMLU, na Lomba do Pinheiro, e, depois, para o Aterro Sanitário, em Minas do Leão.
(Correio do Povo, 05/10/2010)