Acabaram-se as eleições e com elas as promessas dos candidatos. Mas uma das observações mais recorrentes sobre os eleitores é a de que não cobram dos seus escolhidos as promessas feitas durante a campanha. Muitas vezes sequer lembram em quem votaram.
Inspirada neste fato a ONG SOS Mata Atlântica realizou nas principais capitais do país uma ação chamada Plataforma Ambiental, que nada mais foi do que registrar em vídeo o compromisso de candidatos na área ambiental. A maioria, concorrentes ao legislativo, deixou gravadas promessas que poderão ser cobradas ao longo de seus mandatos.
A iniciativa pode ser saudada porque possibilita à sociedade recordar seus representantes dos compromissos firmados impedindo, quem sabe, certas atitudes covardes em relação ao meio ambiente.
Tivemos um exemplo disto aqui em Porto Alegre, no início de setembro, quando nossos vereadores optaram por derrubar a faixa mínima de preservação de 60 metros na orla do Guaíba, mantendo, assim, a preservação de 30 metros e com possibilidade de flexibilização para o construtor.
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Também em setembro, comemorou-se o Dia do Biólogo, profissional intimamente ligado ao meio ambiente. E se há algo que o Rio Grande do Sul pode se orgulhar é da enorme tradição em formar profissionais que representam com muita dignidade a profissão. Muitos seguiram o caminho do ativismo ambiental como Ludwig Buckup, José Lewgoy, Káthia Vasconcellos Monteiro, Paulo Brack, Lara Lutzemberger e Cintia Barenho, entre outros.
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E quase junto com a chegada da Primavera, testemunhamos a inauguração da primeira fábrica de plástico verde da Braskem em Triunfo e que contou com a presença do presidente Lula. Serão 200 mil toneladas de polietileno produzido a partir da cana-de-açúcar e, não mais, do petróleo. Além disso, cada tonelada produzida sequestra até 2,5 toneladas de dióxido de carbono do ar a partir da absorção feita pela cana.
Mas, (sempre tem um "mas") nem tudo é perfeito porque este plástico feito a partir do etanol, apesar de verde, por ser de fonte renovável, não é biodegradável. Ou seja, demora o mesmo tanto para desaparecer se jogado no ambiente.
Há, ainda, a questão da monocultura. Afinal, quanto plantio de cana seria necessário para abastecer esta nova demanda já impulsionada pela frota cada vez mais crescente dos veículos flex? O temor dos ambientalistas é de que esta cultura acabe tomando conta de muita mata nativa por aí. Sabemos que o plantio extensivo de qualquer cultura exaure o solo e reduz a biodiversidade, entre outros problemas.
Até a próxima!
*Carlos Matsubara é jornalista e contribui especialmente para o Ambiente JÁ