O ministro indiano do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, disse nesta segunda-feira que o país não pode crescer economicamente e, ao mesmo tempo, aumentar as emissões de carbono agora que a Índia se tornou a terceira maior nação poluente, atrás de China e Estados Unidos.
O discurso surpreendeu, já que esta é a primeira vez que um alto funcionário do governo diz que a Índia tomou o lugar da Rússia como o terceiro maior país poluente.
A emissão de gás carbônico é ainda baixa na Índia, mas a demanda de energia está em linha ascendente como consequência do aumento de consumo de bens pela classe média, que adquire mais veículos, TVs e equipamentos. Ou seja, energia gerada por mais queima de petróleo, a principal fonte de poluição e ameaça à camada de ozônio.
"Vamos unilateralmente e voluntariamente para um caminho de desenvolvimento com baixas emissões de carbono. Não podemos ter entre 8% e 9% de crescimento no PIB [Produto Interno Bruto] e um crescimento de poluentes".
Na Índia, qualquer conversa sobre uma economia que emite baixos níveis de carbono era vista antes como um risco político pelos custos econômicos envolvidos. Em janeiro, isso mudou. O primeiro-ministro Manmohan Singh pediu um estudo sobre o assunto cuja conclusão que deve ser divulgada daté o fim deste ano.
Embora o país tenha anunciado um plano climático que valoriza energias renováveis, como a proveniente da luz solar, o petróleo ainda continua sendo uma fonte de suplimento energético do país, onde mais da metade da população de 1,1 bilhão de pessoas não tem acesso à eletricidade.
(Folha.com, 04/10/2010)