O desmatamento na Amazônia brasileira caiu 47% entre agosto de 2009 e agosto de 2010. O dado, que deve ser divulgado pelo presidente Lula nos próximos dias, foi apresentado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em palestra na Universidade de Brasília na última sexta-feira, 1º de outubro. “O número comprova a tendência de queda e a efetividade do combate ao desmatamento, que ano passado já havia sido o menor registrado”, comentou a ministra sobre o levantamento mensal.
Esse é o menor índice dos últimos 21 anos, tempo em que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) monitora a região. “Essa estatística de queda já é em cima dos números de 2009, que foram os menores da história”, reforça a ministra. O dado do MMA é quase o dobro do divulgado recentemente pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) – que faz um levantamento paralelo ao oficial – onde aparecia uma redução de 23% no desmatamento no mesmo período.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) considera “viável” uma área desmatada entre 5.000 km² e 6.000 km² até o fim do ano. Se o número for confirmado, o país terá antecipado, para 2010, a meta de desmatamento prevista para 2015, de acordo com o Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Pelas metas, o desmatamento na Amazônia Legal terá de cair para 5.000 km² até 2017. O Brasil já havia registrado queda recorde no desmatamento entre 2008 e 2009, quando as derrubadas somaram 7.400 mil km².
Segundo Izabella, o segredo para frear as motosserras na Amazônia – bioma com maior biodiversidade do planeta e que ocupa 50% do território brasileiro – é a fiscalização inteligente. “Estamos atingindo toda a rede do desmatamento: quem derruba, quem compra e quem sonega”, detalhou. A ministra destacou o papel da Polícia Federal no esquema para desmantelar o esquema de devastação da floresta. “Estamos fazendo uma fiscalização investigativa em diversos pontos do território”.
EM CASA – A palestra da ministra encerrou a programação de recepção dos calouros do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da UnB. Durante a conversa, Izabella lembrou dos tempos em que foi estudante da universidade, onde se graduou em Biologia. “É uma época maravilhosa, que deve ser aproveitada ao máximo”. Bem à vontade diante do público que lotou o auditório 1 do IB, a ministra aconselhou os alunos a explorarem os créditos optativos. “Aproveitem para passar por diversas áreas do conhecimento. Isso só vai enriquecer o currículo de vocês”.
O debate teve como gancho o Ano Intrenacional da Biodiversidade, comemorado em 2010. "Apresentamos aos calouros uma perspectiva futura da profissão, com base em diferentes experiências”, explicou a diretora do IB, professora Sônia Bao. Participaram da mesa o diretor do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Gustavo Souto Maior, o diretor do Programa Cerrado e Pantanal na Conservação Internacional do Brasil, Valmir Ortega, o professor Roberto Cavalcante e o vice-reitor da UnB, professor João Batista de Sousa.
(EcoAgência, 04/10/2010)