Coruja-buraqueira, joão-de-barro, quero-quero, sabiá, caturrita e outras espécies que vivem na Praça Décio Rosa correm riscos. Conforme moradores do loteamento Cidade Nova, em Canoas, os animais ficam expostos e com isso têm sido alvo de agressões, sejam elas intencionais ou não. "Sempre há curiosos e cachorros bisbilhotando os ninhos. Além disso, algumas pessoas praticam aeromodelismo no local", informa a moradora Helena Ochs.
"Na última capina, a empresa contratada pela Prefeitura usou um pequeno trator para roçar a grama, ferindo filhotes de quero-quero", afirma ela. "Eu já pedi para cuidarem, mas eles nem se importam", diz. O segurança Mauro Pereira também foi testemunha da situação. "Muitas vezes o operador não enxerga o ninho, porque o capim está alto, e a máquina acaba vindo para cima dos filhotes que ainda não voam", relata o funcionário, que há 20 anos trabalha na região.
Filhotes e ovos atingidos
Jairton dos Santos confirma que em uma das podas, com a limpeza do terreno, quatro ovos de quero-quero acabaram morrendo. "Sem o mato, o ninho fica desprotegido, esfria e os filhotes morrem", relata o instrutor. "Seria suficiente tomar cuidado ao cortar a grama, observando a época de reprodução das aves", enfatiza ele. Na falta de uma área protegida para os animais – como a que foi montada recentemente na Praça da Coruja, no Bela Vista 3 –, crianças do bairro colocaram estacas próximas dos ninhos para evitar acidentes com as aves e os filhotes.
Orientação é de preservar
O secretário do Meio Ambiente de Canoas, Célsio Barônio, disse desconhecer a situação do bairro, mas afirmou que a empresa contratada tem orientação de preservar os animais durante a capina. "Faremos uma avaliação no local e, se confirmado o caso, a empresa será notificada. Além disso, vamos analisar que providências deverão ser tomadas para proteger as espécies," garante ele.
(Por Adriana Agüero, Jornal VS, 29/09/2010)