Cerca de cem ativistas protestaram contra a decisão do governo alemão de prolongar o uso de energia no país. A manifestação ocorreu nas imediações da sede da Chancelaria, nesta terça-feira. De manhã, integrantes do Greenpeace projetaram a frase "energia nuclear prejudica a Alemanha" em 17 reatores.
A oposição a esse tipo de energia se tornou crônica com o acidente em Chernobyl, em 1986. Mais recentemente, um ato de protesto em massa levou mais de cem mil alemães às ruas neste mês, depois de ser anunciada a aprovação da chanceler Angela Merkel em dar continuidade ao programa nuclear, que revoga decisão anterior de fechar todos os reatores até 2021.
Merkel defendeu o uso da energia nuclear como sendo uma "tecnologia de transição" que permitirá o governo desenvolver recursos renováveis a partir da utilização de biocombustíveis e energias eólica e solar.
Para manter os reatores em funcionamento, as quatro companhias que administram as 17 plantas nucleares alemãs vão pagar uma taxa regular ao governo, que deve gerar anualmente cerca de 2,3 bilhões de euros (aproximadamente US$ 3,1 bilhão). Ao mesmo tempo, terão o compromisso de contribuir com um fundo de pesquisa em energias renováveis.
O líder do partido oposicionista Sigmar Gabriel, do partido dos sociais-democratas, acusou o governo de estar interessado somente no dinheiro. "As velhas plantas nucleares podem produzir diariamente milhões de euros", disse. "É isso que está em jogo, nada mais."
(Folha.com, 28/09/2010)