Os canteiros da marginal Tietê, em São Paulo, foram tomados na manhã desta quarta-feira por pessoas em trajes de banho, guarda-sóis, cadeiras e esteiras, entre as pontes das Bandeiras e Cruzeiro do Sul.
Foi a segunda edição do "Praia no Tietê", um movimento organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica com o objetivo de chamar a atenção para a despoluição do rio, cujo dia oficial é hoje.
Além da "praia", entre as 9h e as 13h, artistas de circo e de teatro apresentaram-se à beira do rio. Dois botes infláveis, cada um com quatro pessoas usando roupas especiais que protegiam da poluição, navegaram pelo Tietê da barragem da Penha até a ponte das Bandeiras.
De acordo com a fundação, a iniciativa pretende mostrar que o rio pode voltar a ser limpo e se tornar uma opção de lazer e de meio de transporte para os paulistanos.
A iniciativa aproveitou o período eleitoral para cobrar políticas públicas voltadas à qualidade de vida e à continuidade das obras de descontaminação do rio.
A Sabesp iniciou também hoje a terceira fase de despoluição do Tietê, que deve consumir US$ 1,05 bilhão (em torno de R$ 1,8 bilhão) em investimentos. Só o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) investirá US$ 600 milhões na empreitada, segundo a companhia.
Nessa fase da despoluição, a Sabesp pretende construir redes coletoras de esgoto para 1,5 milhão de pessoas e tratar o esgoto coletado de outros 3 milhões de moradores da cidade. Até hoje, a companhia já investiu US$ 1,6 bilhão no Projeto Tietê.
Aproveitando o mote do Dia Mundial Sem Carro, lembrado também nesta quarta, a SOS Mata Atlântica montou uma simulação de ciclovia à beira do rio, como alternativa de transporte limpo na marginal.
A fundação também lançou a campanha "Vá de Galinha", para incentivar o motorista a deixar o carro em casa.
TRÂNSITO
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo não divulgou balanço de multas aplicadas no Dia Mundial Sem Carro nem a média de lentidão registrada no período da manhã de hoje. Segundo o gráfico do site do órgão, o percentual de lentidão se manteve dentro da média até a tarde de hoje. O maior pico, até as 17h30, ocorreu às 9h com 8,6% dos 868 km de vias monitoradas, cerca de 73 km de congestionamento em toda a cidade.
No início da tarde, vaqueiros e boiadeiros passaram pela avenida Paulista em manifestação pela data.
(Folha.com, 23/09/2010)