As grandes potencias mundiais não estão visando um acordo compulsório para combater o aquecimento global no próximo encontro da ONU no México e estão tentando impedir o retrocesso em relação ao acordo fechado em 2009, declarou os Estados Unidos na terça-feira.
Falando após uma reunião do Fórum das Maiores Economias (FME) em Nova Iorque, o enviado climático norte-americano Todd Stern reiterou o compromisso do país de cortar as emissões em 17% até 2020, com base no nível de 2005, mas não quis dar detalhes de como isto seria feito sem uma legislação federal.
A posição norte-americana, enfraquecida pelo fracasso do Senado e da administração Obama na aprovação de uma lei exigindo cortes, é um entre muitos obstáculos para o encontro de Cancun entre 29 de novembro e 10 de dezembro, que dá seguimento a sessão caótica do ano passado em Copenhague.
Stern disse que alguns países entre os cerca de 190 do agrupamento da ONU se distanciaram dos compromissos assumidos sob o Acordo de Copenhague e reconheceu o que tem sido percebido por observadores: nenhum tratado sairá de Cancun.
“Ninguém está prevendo ou esperando de qualquer maneira que um tratado legal seja feito em Cancun este ano”, comentou Stern aos repórteres.
Segundo ele, o FME, que reúne 16 das maiores economias do mundo e a União Européia (que abrange 27 países), representando 80% das emissões globais de gases do efeito estufa, discutiram sobre esta movimentação retrógrada e concordaram sobre a necessidade de progredir em seis questões centrais, incluindo o financiamento, mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do clima.
Os Estados Unidos criaram o FME para contribuir com as discussões climáticas da ONU, mas a liderança de Washington está sendo questionada devido ao fracasso na área legislativa.
Stern comentou que para viabilizar as metas de redução das emissões existem várias ferramentas na Agência de Proteção Ambiental e outros locais.
“O mais importante ... é que estamos defendendo as submissões que fizemos” em Copenhague, enfatizou Stern.
Ao ser pressionado por mais detalhes ele disse que a maioria dos negociadores neste processo, como os europeus e japoneses, não delinearam exatamente como cumpririam suas metas e expressou otimismo que a legislação norte-americana passaria eventualmente.
Entre os membros do FME estão África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e União Européia.
(Por Jeff Mason, Reuters, traduzido por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil, 23/09/2010)