A primeira de quatro unidades geradoras da usina Foz do Chapecó deverá entrar em operação comercial no dia 1 de outubro. Com isso, o complexo já terá uma capacidade para gerar 214 MW dos 855 MW que alcançará quando estiver totalmente em funcionamento, o que deve acontecer em fevereiro do próximo ano.
A capacidade plena do empreendimento, localizado no rio Uruguai, entre os municípios de Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS), equivale a cerca de 18% do consumo do estado do Rio Grande do Sul. A Foz do Chapecó Energia, responsável pela estrutura, é uma sociedade formada pelas empresas CPFL, Furnas e Grupo CEEE. O investimento total no projeto é de aproximadamente R$ 2,2 bilhões. A inauguração oficial da usina está prevista para o dia 15 de outubro.
O coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Faria, destaca que a usina será importante para o sistema nacional de energia, mas, principalmente, para a região Sul, devido à sua localização. "É um dos complexos que precisam ser construídos para aumentar a segurança de energia no Rio Grande do Sul", argumenta o dirigente.
O presidente do Grupo CEEE, Sérgio Camps de Morais, concorda com Faria. Ele ressalta que, além de o Estado estar na ponta do sistema elétrico brasileiro, recentemente perdeu o abastecimento de energia proveniente da termelétrica de Uruguaiana, que teve o fornecimento de gás natural argentino cortado.
Morais relata que o Grupo CEEE avalia participar de novas parcerias para desenvolver outras usinas na região. Ele revela que a estatal discutirá uma possível sociedade com a CPFL para a construção da hidrelétrica Itapiranga. O presidente detalha que ainda não está definido o tamanho da participação que o Grupo CEEE terá no empreendimento, porém o patamar mínimo será de 10%. Itapiranga será uma hidrelétrica com capacidade para cerca de 700 MW que também será instalada no rio Uruguai, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina.
Na sexta-feira, a Foz do Chapecó Energia recebeu do Ibama a licença de operação para a linha de transmissão Guarita - Foz - Xanxerê. Com 150,2 quilômetros de extensão, em 230 kV, a obra integrará a usina Foz do Chapecó ao Sistema Interligado Nacional. "Estamos agora com todas as condições necessárias para a geração e transmissão de energia", comenta o diretor-superintendente da Foz do Chapecó, Paulo Eduardo de Almeida Godoy. Ele enfatiza ainda que se trata de uma produção de menor impacto ambiental e com custos mais baixos do que os das termelétricas.
(JC-RS, 22/09/2010)