A educação busca formar cidadãos. A defesa dos direitos ambientais na educação, foi o tema da professora de Biologia do EJA (Educação para Jovens e Adultos) de Porto Alegre, Ellen Augusta Valer, durante o III Congresso de Vegetarianismo Brasileiro, que se encerrou neste domingo.
Diversos conteúdos da biologia abrem espaço para a discussão dos animais, como a relação entre o aquecimento global e a pecuária. Além de buscar enquadrar o assunto tratado em sala de aula com a questão, a professora apresenta filmes e reportagens que promovam a discussão, aproveitando para falar sobre direitos humanos e outros temas relacionados.
Para Ellen, “a educação é uma ferramenta, uma possibilidade de falar sobre os animais e a exploração que eles sofrerem”. Para realizar esse trabalho dentro da sala de aula, a bióloga diz ser importante conhecer a turma para saber quando falar do tema e quando parar devido às resistências, pois muitas pessoas se ofendem.
Embora a escola tenha dado apoio a Ellen nos seis anos em que desempenhou o trabalho de conscientização dos alunos, ela conta que alguns professores tentam desqualificar o seu trabalho: “chamam a gente de fanático, mas não é isso, só queremos mostrar o outro lado da realidade” pondera, “percebo que alguns professores não estão preparados para temas novos”.
Diante das novas informações em relação à forma como lidamos historicamente com os animais e as conseqüências desta relação de abuso, e do exemplo de Ellen, alguns alunos tentaram ser vegetarianos. Além de promover este trabalho com os alunos, a professora considera muito importante divulgar para toda a comunidade a questão, porque a criança e o jovem trabalham o tema na sala de aula e em casa a realidade é outra.
“O biólogo professor tem a obrigação ética de falar sobre a exploração animal, seja ele vegetariano ou não. Os outros profissionais deveriam fazer o mesmo, falar daquilo que ninguém fala e que faz parte das nossas vidas”, desabafa. Educar para um mundo mais justo em busca da paz, este é o trabalho de Ellen.
(Por Danielle Sibonis, EcoAgência, 20/09/2010)