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2010-09-21 | Tatianaf

Na Califórnia, há um confronto em torno das emissões de gases do efeito estufa – Uma iniciativa de plebiscito para suspensão da importante lei da Califórnia coibindo emissões de gases do efeito estufa está atraindo uma onda de contribuições de petrolíferas de fora do Estado, aumentando as preocupações entre os conservacionistas, ao se transformar em um teste do apoio público a medidas ambientais potencialmente onerosas durante tempos econômicos difíceis.

Charles e David Koch, bilionários do Kansas que exerceram um papel proeminente no financiamento do movimento político conservador Festa do Chá, doaram US$ 1 milhão para a campanha pela suspensão da Lei de Soluções para o Aquecimento Global, que foi aprovada há quatro anos, e sinalizaram que estão preparados a investir ainda mais na causa. Com sua contribuição, os defensores da proposta já arrecadaram US$ 8,2 milhões, com US$ 7,9 milhões vindo de empresas de energia, a maioria delas de fora do Estado. Reportagem de Adam Nagourney, em Los Angeles (EUA), para The New York Times.

[Leia na íntegra]O apoio dos irmãos Koch à causa conservadora provoca agitação entre os líderes ambientais, que temem que uma votação contra a lei neste Estado –com sua longa história de ativismo ambiental– representaria um poderoso revés aos esforços de controle de emissões em Washington e em legislativos por todo o país.

“Teria grandes implicações”, disse George P. Shultz, o ex-secretário de Estado, que é presidente de uma campanha para derrotar a iniciativa de plebiscito. “Este é um motivo para essas empresas de fora estarem despejando dinheiro, para sabotar a coisa toda. Ao mesmo tempo, ao colocarem tamanha gordura no fogo e vencerem, isso também enviaria uma mensagem.”

Gene Karpinski, presidente da Liga dos Eleitores Conservacionistas, que está percorrendo a Califórnia para mobilizar apoio contra a proposta, a chamou de “a medida individual mais importante até hoje testando o apoio popular à mudança para uma economia de energia limpa”.

A campanha contra a lei da Califórnia para os gases do efeito estufa ocorre ao mesmo tempo que grandes empresas investem pesadamente em todo o país tentando derrotar os membros do Congresso que votaram a favor do projeto de lei de limite e comércio de emissões, que também exige redução das emissões; o projeto foi aprovado pela Câmara, mas não pelo Senado, diante da forte oposição dos legisladores de Estados industriais.

Tradicionalmente, o apoio popular a medidas ambientais sofre durante tempos econômicos difíceis. Aqui na Califórnia, aqueles que apoiam a iniciativa têm explorado essa ansiedade –que é particularmente aguda neste Estado, com seus 12,3% de taxa de desemprego– em busca de uma vitória.

“Eu acredito que a luta pelo limite e comércio de emissões na América ocorrerá na Califórnia em 2 de novembro deste ano”, disse Dan Logue, um deputado estadual republicano da região centro-norte da Califórnia, autor da iniciativa do plebiscito. Ele acrescentou: “O que estamos dizendo é que não é hora para ser politicamente correto. É hora de colocar a América de volta ao trabalho; vamos deixar as experiências para depois”.

A lei em questão, conhecida como AB 32, exige a redução das emissões de carbono e outros gases do efeito estufa aos níveis de 1990 até 2020, forçando as empresas de energia e indústrias a limitar suas emissões, e pela redução do carbono na gasolina. Alguns líderes da indústria petrolífera disseram que isso os forçaria a investir milhões de dólares para cumprirem a lei, levando as empresas a demitirem funcionários e aumentarem o preço da gasolina nos postos.

Apesar de grande parte do dinheiro doado para combater a lei vir das companhias de petróleo, a indústria petrolífera não está unida na oposição: algumas grandes refinarias de petróleo da Califórnia, incluindo a Chevron, têm se mantido de fora da batalha até o momento.

A iniciativa, conhecida como Proposta 23, suspenderia a lei de entrar em vigor em 2012, como previsto, até que a taxa de desemprego no Estado caia para 5,5% ou menos por pelo menos quatro trimestres consecutivos. Isso aconteceu apenas três vezes nos últimos 40 anos, disseram autoridades estaduais; logo, a proposta teria o efeito prático de matar a lei.

“A empresa acredita que a implantação da AB 32 causará perda significativa de empregos e custos mais altos de energia na Califórnia”, disse Katie Stavinoha, um porta-voz da Flint Hills Resources, a companhia de petróleo em Wichita, Kansas, de propriedade dos irmãos Koch. “Além disso, a empresa acha que ela estabelece um precedente ruim para outros governos estaduais e o federal fazerem o mesmo.”

Dito isso, a questão não se divide segundo as linhas empresariais, refletindo em parte o ambiente empresarial diverso na Califórnia, que sempre teve um forte setor de pesquisa e desenvolvimento, alimentado por capitalistas de risco prontos para financiar tecnologia de vanguarda. Muitos grupos empresariais são contrários à suspensão da lei do efeito estufa, e a lista de contribuintes apoiando a proposta é notável pela ausência dos capitalistas de risco.

“Há uma enorme revolução de energia limpa em andamento: isso vai acontecer”, disse Thomas F. Steyer, fundador da Farallon Capital Management, um fundo hedge em San Francisco, e co-presidente ao lado de Shultz da campanha para derrotar a proposta. “Se não tivermos cuidado, simplesmente não vai acontecer nos Estados Unidos.”

Steyer contribuiu com US$ 2,5 milhões para o esforço para derrotar a iniciativa e disse estar preparado para contribuir com US$ 2,5 milhões adicionais.

Desde a aprovação da lei, disse Schultz, “toda uma indústria está se desenvolvendo aqui e eu diria que muitos empregos estão ligados a ela. Há uma erupção virtual de atividades de pesquisa e desenvolvimento de todos os tipos sobre formas alternativas de produzir e usar energia”.

Na maioria dos anos, esta não seria uma batalha preocupante para os ambientalistas. A lei de gases do efeito estufa contou com forte apoio popular quando foi aprovada há quatro anos, segundo as pesquisas. Entre o rol de oponentes da Proposta 23 está o governador Arnold Schwarzenegger, um republicano, que considera a lei uma realização definidora de seu governo aqui.

Pesquisas iniciais sugerem que os eleitores que sabem a respeito da medida estão igualmente divididos. Mas aqueles que apoiam a lei disseram estar preocupados que a proposta possa ser aprovada em um momento em que o ânimo democrata está baixo. Mais significativa é a questão de quanto mais dinheiro os defensores da Proposta 23 conseguirão levantar para financiar sua campanha. Dos US$ 8,2 milhões arrecadados até agora, US$ 1 milhão veio da empresa dos Koch, US$ 4 milhões da Valero Energy Corp. e US$ 1,5 milhão da Tesoro Corp.; ambas corporações com sede em San Antonio.

“Nós temos todos os motivos para acreditar que eles empregarão o dinheiro para veicular uma grande campanha de televisão no mercado de mídia mais caro do país”, disse Annie Notthof, a diretora de advocacia do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. “Nós certamente estamos esperando por uma luta.”

Aqueles que apoiam a lei, apesar de nervosos com a proposta, permanecem otimistas de que poderão derrotá-la nas eleições em novembro e esperam que o resultado tenha, nacionalmente, o efeito contrário daquele que os oponentes da lei estão buscando. “Se a proposta perder, a lição será a de que não há retorno”, disse Wesley P. Warren, diretor de programas do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.

(New York Times, UOL Notícias, EcoDebate, 20/09/2010)


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