Com uma descarga final de cimento, a BP "selou" permanentemente o problemático poço Macondo no golfo do México, que desencadeou o pior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos, informou neste domingo uma autoridade norte-americana de alto escalão.
"Podemos finalmente anunciar que o Macondo 252 está efetivamente fechado", disse em comunicado o almirante reformado da Guarda Costeira, Thad Allen, que supervisiona a reação do governo norte-americano ao desastre.
"Após meses de extensas operações, planejamento e execução sob a direção e autoridade da equipe de engenheiros e cientistas do governo norte-americano, a BP completou com sucesso o fechamento do poço ao cruzá-lo e cimentá-lo a quase 18 mil pés (5,5 km) abaixo da superfície", afirmou Allen.
O presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu com alívio a notícia, mas advertiu que o caminho à frente "não será fácil" agora que o foco passará para a reconstrução das comunidades prejudicadas na costa do golfo.
Obama disse que o governo agora está focado em garantir que o Golfo do México "se recupere totalmente desse desastre".
"Esse caminho não será fácil, mas continuaremos a trabalhar de perto com as pessoas do Golfo para reconstruir suas vidas e restaurar o meio ambiente que as sustenta", acrescentou Obama em nota.
O petróleo jorrou sem controle por 87 dias após a explosão em 20 de abril na plataforma Deepwater Horizon, que deixou 11 mortos e se transformou num desastre ecológico que afetou a costa de quatro Estados norte-americanos.
O vazamento também motivou uma moratória nas atividades de perfuração petrolífera em mar aberto nos EUA.
Engenheiros da BP interromperam o derramamento em 15 de julho, com uma cúpula localizada na entrada do poço de onde vazaram quatro milhões de barris de óleo no Golfo do México.
O vazamento reduziu em cerca de 70 bilhões de dólares o valor de mercado da BP e levou a empresa a substituir seu então presidente-executivo Tony Hayward pelo norte-americano Bob Dudley, que toma posse em 1o de outubro.
(Folha.com, 20/09/2010)