O trabalho de incentivo e conscientização para a coleta seletiva em Sant’Ana do Livramento, através do projeto de extensão criado pelo coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pampa - Unipampa - professor Mauro Sopeña, continua em atividade.
Até o momento, seis meses depois do início das atividades, o Campus da Unipampa e o Condomínio Edifício Vivaldino Maciel promoveram a separação de cerca de meia tonelada de material reciclável, e as pessoas envolvidas começam a fortalecer os novos hábitos de descarte dos resíduos. As normas foram fixadas no hall de entrada do condomínio e preveem, inclusive, multa para quem deixar de separar o lixo seco do orgânico.
Algumas dificuldades persistem. Um exemplo é a diferenciação de plásticos que podem ser reciclados: uma garrafa pet pode ser reaproveitada mais facilmente que um plástico ressecado e esse cuidado ainda deve ser reforçado nas atividades de conscientização.
As vantagens, porém, estimulam a continuidade do projeto. O acadêmico de Relações Internacionais da Unipampa, Deivid Ileck Forgiarini, que também é o síndico do condomínio, conta que os ganhos financeiros imediatos já aparecem, mas o maior lucro não está no dinheiro: “o maior ganho se dá na resolução de um problema sério que tínhamos, que era a produção de lixo maior que a nossa capacidade de armazená-lo, principalmente nos finais de semana, quando temos uma lacuna na coleta de resíduos. Isso afetava a qualidade de vida de moradores que residiam próximo ao local onde o lixo é armazenado. O excesso de lixo impossibilitava que a lixeira permanecesse sempre fechada, atraindo insetos e outros animais. Separando o lixo, essa quantidade de lixo que é inutilizado diminui, a lixeira permanece sempre fechada e, assim, conseguimos resolver o problema dos moradores – explica Forgiarini. Desde o início do projeto, o material coletado é enviado para uma empresa que revende o lixo seco para uma recicladora em Porto Alegre. Os envolvidos no projeto comentam que o ideal seria que o material reciclado fosse transformado na cidade: “gostaríamos de contar com a participação de uma cooperativa que utilizasse nosso material para confecção de produtos. Gostaríamos que esta ação, além de uma transformação ecológica, possibilitasse também uma transformação econômica e social, com base com conceito do Triple Botom Line de desenvolvimento sustentável. Continuamos com nossas ações prontos para maiores parcerias” finaliza Forgiarini.
(A Platéia, 16/09/2010)