As miniesculturas de formas humanas em gelo da artista brasileira Néle Azevedo, que tornaram-se símbolo da luta contra o aquecimento global, voltam a ser exibidas na Europa e nos EUA. A intervenção abriu a Bienal do Ártico nesta quarta-feira (15), em Stavanger, na Noruega.
As frágeis esculturas que derretem, expostas em São Paulo em 2005, também estarão até 10 de outubro em Berlim, na Alemanha, na exposição "Recommended for Imitation - Expeditions in Aesthetics & Sustainability". E depois passará por sete outros países, entre os quais Rússia (São Pestesburgo), Austrália (Melbourne) e Grécia (Atenas).
O tema meio ambiente não foi o foco da artista mineira, com formação em São Paulo, no início. "O que motivou o trabalho foi uma busca de conciliação entre a esfera pública e a esfera privada, entre o eu subjetivo e a cidade", conta a artista. "A homenagem é dirigida aos anônimos e os corpos desaparecem na cidade em uma experiência compartilhada", acrescenta, explicando que a intervenção funciona como um "antimonumento".
As imagens das esculturas circularam na internet e foram entendidas como um trabalho de alerta contra as alterações climáticas, o que propiciou um convite da WWF, em 2009, para fazer uma intervenção em Berlim para conscientizar a população sobre os efeitos do aquecimento global.
A artista também terá seu trabalho apresentado em livro da Taschen, editora alemã que é uma das maiores do mundo especializadas em arte. O livro será lançado em Nova York no dia 28 de setembro e, em Miami, no dia 2 de dezembro, reunindo 150 artistas contemporâneos. Com o título "Trespass - A history of UncommissionedUrban Art", a obra reúne 320 páginas de street art, grafites, performances e protestos.
(UOL, 15/09/2010)