Pesquisadores do US Geological Survey (USGS) estão monitorando o movimento de milhares de morsas, a maioria mães e filhotes, no que está sendo considerado o primeiro êxodo da espécie já registrado.
“É algo que nunca presenciamos nesta área. Com o desaparecimento do gelo, as morsas estão tendo que se deslocar ou então se apegam aos poucos redutos existentes de gelo por mais tempo que deveriam”, explicou Geoff York, do programa do Ártico da WWF ao jornal The Guardian.
Essa migração da espécie reforça o alerta de cientistas que afirmam que esses animais estão se dirigindo para a extinção.
O gelo no Ártico caiu para o terceiro nível mais baixo já registrado para setembro. Um estudo do USGS aponta que toda a região conhecida como Chukchi poderá estar sem gelo durante os meses de agosto, setembro e outubro até o fim do século.
A entidade ainda alerta que existe uma chance de 40% de que as morsas estejam extintas até 2095 por causa do desaparecimento do gelo em virtude das altas temperaturas.
Habitantes da região afirmam que o número de morsas avistado é muito superior às estimativas do governo, que contabiliza algo como 10 a 20 mil. Além disso, dizem que muitas já parecem estar sofrendo pela escassez de alimentos.
As morsas não as únicas que estão perecendo. O Ártico está aquecendo a uma taxa duas vezes mais rápida que o resto do planeta. Além disso, o oceano está ficando ácido demais para as espécies da região devido ao aumento da concentração de dióxido de carbono. Esses fatores já ameaçam 17 espécies, de pequenos plânctons ao grande narval.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais, 14/09/2010)