Comunidades ribeirinhas de algumas regiões da Amazônia enfrentam dificuldades por causa da estiagem. Os rios e igarapés estão com o nível abaixo do normal e milhares de famílias sofrem com a falta de água.
Num braço do Rio Amazonas, o lago virou um filete de água. Os pescadores reclamam da dificuldade de chegar aos locais de pesca. “Aqui, de primeira, quando tava cheio, a gente tirava 20 minutos, 15 minutos de canoa para lá. Agora, ta dando 1h30 de canoa remando”, diz o pescador Antônio Carlos.
Onde antes passava o rio, agora existem praias. Os ribeirinhos têm que caminhar até meia hora até para conseguir água. De acordo com a Defesa Civil do Estado, mais de cinco mil famílias enfrentam dificuldades de transporte e abastecimento. “Como fecha realmente, essa época, o acesso até o Amazonas, então a gente tem que transportar por terra, mas nem todos têm o transporte, que é a carroça”, afirma o professor Mirosmar Goes.
A estiagem já afeta a paisagem de Manaus. O nível do rio Negro baixa 22 cm por dia, em média, de acordo com a Defesa Civil, e é possível caminhar com tranqüilidade onde antes ficava o fundo de um igarapé.
No Alto Rio Solimões, fronteira do Brasil com a Colômbia, sete municípios já decretaram situação de emergência. Outros 11 estão em alerta nas calhas do rios Solimões, Juruá e Purus. “Um das grandes necessidades que os municípios do estado do Amazonas estão sofrendo, nessa região, são as dificuldades com navegação fluvial, a escassez de alimentos básicos, as doenças respiratórias, o consumo de medicamentos e as reservas técnicas estratégicas dos municípios, bem como o isolamento das comunidades”, explica Roberto Rocha, secretário executivo da Defesa Civil de Amazonas.
(Globo Amazônia, com informações do Globo Rural, 14/09/2010)