O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas Energia (MME), Marco Antônio Almeida, defendeu ontem (13) a expansão da produção de etanol no país. Segundo ele, as terras cultivadas deveriam passar de 0,5% do território nacional para 7,5%.
“O Brasil produz etanol com qualidade de forma sustentável. Hoje, temos o potencial de produzir 16 vezes mais na área, passando de 0,5% para 7,5% do território cultivado”, afirmou ele ao participar da Feira Internacional do Petróleo e Gás, no Rio de Janeiro.
Ao lembrar que o zoneamento da produção impede o plantio de cana-de-açúcar no Pantanal de Mato Grosso, na Amazônia e na região do Alto Paraguai, o secretário voltou a explicar que o aumento da produção do etanol não prejudicará o cultivo de alimentos no país. “Um estudo demonstra que estão disponíveis para expansão 12% das áreas no Brasil que não são utilizadas para produção de grãos, não são para produção de etanol, pastagens e não são áreas não agricultáveis como cidades e reservas ambientais”, destacou.
Segundo o secretário, para estimular o setor, o governo tem planos de incentivar a classificação do produto como commodity (produto básico cujo preço é cotado no mercado internacional), aumentando o cultivo e incentivando o consumo. Isso evitaria, segundo ele, a falta de etanol no mercado. “Um problema qualquer que tivermos, com o clima, por exemplo, teremos dificuldade de atender às demandas internacionais, o que não é bom. É fundamental que vários países participem do programa do etanol”, defendeu.
Os planos do ministério também incluem aumento da produção de biodiesel no país. O objetivo é diversificar a produção do combustível, que está muito concentrada na soja, segundo Almeida, além de revisar o percentual de adição de biodiesel ao óleo diesel.
(Por Isabela Vieira, Agência Brasil, EcoDebate, 14/09/2010)