Os ambientalistas de Viamão querem evitar a mineração de carvão na Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande (APA-BG), que pertence aos municípios de Glorinha, Gravataí, Santo Antônio da Patrulha e Viamão. "A mineração a céu aberto não é compatível com o objetivo da APA-BG de proteger a flora e a fauna nativas", diz o presidente do Conselho Viamonense de Meio Ambiente (Covima) e da ONG Grupo Maricá, Jorge Amaro de Souza Borges. Para ele, a atividade afetará os locais de reprodução e o desenvolvimento da fauna e flora nativas.
A mobilização deve-se a dois processos de licenciamento que tramitam na Fepam. Um dos pedidos foi encaminhado pela Copelmi Mineração, que pretende extrair carvão em área de 500 hectares. Segundo o diretor da empresa, Carlos Faria, a pretensão é apenas a lavra do carvão, com emprego de escavadeiras e caminhões para o transporte. "Estamos atentos às questões ambientais. As atividades são controladas e fiscalizadas por auditoria externa para evitar problemas com as comunidades do entorno da extração."
O diretor da Copelmi Mineração afirmou que a área existente em Viamão tem potencial de exploração de até 30 anos. "Serão utilizados, em média, 30 hectares por ano", frisa ele, lembrando que o projeto contempla, ainda, a recomposição topográfica e ambiental das áreas. A Fepam ainda não nomeou equipe técnica para analisar a proposta e o EIA/Rima, mas adianta que as decisões serão de acordo com a legislação ambiental vigente no Estado.
(Correio do Povo, 09/09/2010)