O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) assinou anteontem em Pequim quatro acordos de cooperação com a China, visando melhorar o acompanhamento das mudanças climáticas.
Três acordos foram assinados com diferentes institutos da prestigiada Academia Chinesa de Ciências: o Centro para Ciência Espacial e Pesquisa Aplicada, o Instituto de Aplicações do Sensoreamento Remoto e o Centro para a Observação da Terra e Terra Digital.
O quarto memorando foi firmado com Administração Meteorológica da China.
"É a primeira vez que há uma cooperação científica nesse nível com a Academia Chinesa de Ciências", disse o diretor do Inpe, Gilberto Câmara. Segundo ele, serão identificados projetos em ambos os lados com potencial de cooperação, que será feita principalmente por meio do intercâmbio de alunos e pesquisadores.
O primeiro encontro entre chineses e brasileiros dentro do novo marco será daqui a duas semanas, no Canadá, dentro do projeto para monitoramento do processo de desertificação nos três países e na Austrália.
Câmara afirma que os acordos com a China melhorarão o acompanhamento brasileiro das mudanças climáticas.
Queremos ampliar e conhecer o que acontece aqui na área de água, desertificação, regiões costeiras. Porque a gente terá esses problemas no Brasil, infelizmente, e estamos nos preparando cientificamente para ampliar conhecimentos na área trabalhando com a China", disse o diretor do Inpe, em entrevista por telefone.
Há 22 anos, o Inpe mantém um programa com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, que já resultou no lançamento de três satélites --outros dois estão em construção.
(Folha.com, 08/09/2010)