O secretário de Planejamento Urbano da Capital defende a manutenção do veto do prefeito José Fortunati. Confira os principais trechos da entrevista:
Zero Hora – Por que o veto deve ser mantido?
Márcio Bins Ely – Nós temos 74 quilômetros de orla, com grande miscigenação de ocupação. Entendemos que se respeite o que está consolidado. O fato de simplesmente gravarmos uma faixa de 60 metros não edificável se configura numa desapropriação indireta, que vai trazer transtornos para o município.
ZH – Há um consenso de que a orla deve ser preservada, mas a proposta, como está, atinge também as edificações já existentes. Que impacto teria para a prefeitura?
Bins Ely – Primeiro, as indenizações por desapropriações, que a prefeitura não teria condições de pagar. Também geraria transtornos aos proprietários que precisassem fazer reformas ou ampliações, já que não poderiam fazer nada. Não se pode puxar uma linha reta e sair desapropriando tudo.
ZH – Se o veto for mantido, como será feita a preservação da orla?
Bins Ely – A maior resposta a todos que defendem a preservação do Guaíba é o programa socioambiental. Não adianta preservar 30 metros ou 60 metros de orla, enquanto a água estiver poluída. É um compromisso muito maior com a cidade. É muito mais importante tratarmos a água e qualificarmos o espaço urbano público.
(Por Gustavo Azevedo e Maicon Bock, Zero Hora, 08/09/2010)