Numa decisão polémica o governo de Angela Merkel decidiu adiar a desactivação das centrais nucleares por, em média, 12 anos em troca de compensações financeiras e investimentos num fundo criado para promover as energias renováveis.
Recentemente foram revelados os resultados de um relatório que concluía que a Alemanha não conseguiria cumprir os seus objectivos de redução de 80% das emissões de CO2 até 2050.
No entanto, uma polémica decisão do governo de Angela Merkel pode garantir que este previsão não se cumpre. O executivo alemão decidiu ontem prolongar a vida das 17 centrais nucleares do país por mais cerca de 12 anos, invertendo o rumo tomado há 10 anos atrás no sentido da eliminação progressiva da energia nuclear no início da próxima década.
O acordo estabelecido entre o governo e as 4 companhias de energia que gerem as centrais, prevê que estas pagarão mais 40 biliões de euros e investirão até 2016 num fundo de investimento nas energias renováveis.
A decisão já recebeu duras críticas dos ambientalistas e do ministro do Ambiente austríaco, que afirmou “se algo está claro é que a energia atómica não é a resposta às alterações climáticas e não é uma forma sustentável de reduzir as emissões de CO2”.
No entanto, segundo o diário britânico “Guardian” a chanceler alemã defende o prolongamento da vida das centrais nucleares é uma estratégia para “ganhar tempo” para que sejam desenvolvidas tecnologias fiáveis e economicamente viáveis para o aproveitamento das energias renováveis, o que em parte será financiado pelo fundo de investimento em que as 4 empresas responsáveis pelas centrais nucleares alemãs investirão.
Para 18 de Setembro já está agendada uma manifestação de protesto pela assinatura deste acordo pelo governo. Segundo uma sondagem realizada recentemente a maioria dos cidadãos alemães é a favor de uma eliminação progressiva da energia nuclear tão depressa quanto possível.
(OngCea, Guardian.co.uk, 07/09/2010)