Somente oito estados brasileiros coletam esgoto, através de rede, em menos de 20% dos domicílios localizados em zona urbana. Sete deles se localizam nas regiões Norte e Nordeste. O único "forasteiro" é o Rio Grande do Sul.
Os dados constam na publicação Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Brasil 2010, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado possuía, em 2008, apenas 19% das residências localizadas em zona urbana atendidas por rede coletora de esgoto. Os outros sete estados são Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí e Alagoas.
A média nacional é de 58,9%. Na área rural, a situação não melhora no Rio Grande do Sul. Enquanto a média nacional é de 5,8% de domicílios atendidos por rede coletora, no Estado o índice é de apenas 0,6%.
Dos tipos de esgotamento sanitário apresentados, o IBGE considera como adequados à saúde humana e ao meio ambiente o acesso à rede geral e os servidos por fossa séptica. Se for considerada a coleta por fossa séptica, o Estado é o mais bem colocado, estando acima da média nacional, com 85,4% dos domicílios em zona urbana atendidos por uma das duas formas, contra 80,5% no País.
Outro ponto negativo para os gaúchos diz respeito à educação. O Rio Grande do Sul sempre se vangloriou por ser o estado com os mais altos índices de escolarização do Brasil. Nada mais justo em um País em que a educação sempre foi uma das maiores deficiências. O estudo, no entanto, veio para acabar com o mito de que somos o estado que mais se preocupa com a educação no País.
Das cinco faixas etárias analisadas sob o ponto de vista dos índices de escolarização da população, em três o Rio Grande do Sul está abaixo da média nacional. A análise foi realizada com base em dados de 2008.
Na faixa etária que engloba crianças entre 5 e 6 anos, correspondente à Educação Infantil, o Estado está 15,7% abaixo da média nacional. Enquanto no Brasil, em média, 87,8% desse grupo é atendido pela Educação Infantil, no Estado esse índice é de 72,1%, ficando somente à frente de Rondônia, com 67%.
Os outros dois números de escolarização negativos gaúchos estão localizados entre os adolescentes de 15 a 17 anos, em que a taxa do Estado é de 82,9% e a do Brasil é de 84,1%, e entre os jovens de 18 a 19 anos, com o índice de 41%, cinco pontos percentuais abaixo da média nacional.
O Rio Grande do Sul está acima da média nacional nas faixas etárias que compreendem jovens entre 7 e 14 anos, com 98,7% de escolarização contra 97,9% do Brasil, e entre adultos de 20 a 24 anos, onde 26,2% dos gaúchos são atendidos pelo ensino, enquanto no País a média é de 24,2%.
(JC-RS, 02/09/2010)