A demanda mundial por biocombustíveis está promovendo uma grande disputa por terras aráveis na África com pelo menos cinco milhões de hectares tendo sido comprados por empresas de 11 países, afirma um estudo da ONG Friends of The earth.
As companhias, em sua maioria européias e asiáticas, estão adquirindo terras a baixo custo na África para cultivar cana-de-açúcar, jatropha e óleo de palma. Uma prática que está criando conflitos com as comunidades locais e tirando espaço de plantações de alimentos, acusou a ONG.
“A expansão dos biocombustíveis está destruindo florestas, tirando áreas de cultivo de alimentos das comunidades e incentivando discussões entre povoados que disputam o direito à terra”, explicou Mariann Bassey, ativista da Friends of the Earth.
O Relatório afirma que Quênia e Angola teriam recebido propostas para o uso de 500 mil hectares para biocombustíveis e existem planos similares de 400 mil hectares para Benin.
Além disso, plantadores de arroz foram forçados a abandonar suas terras para um projeto de cana-de-açúcar na Tanzânia.
Porém, outros estudos sugerem que a expansão dos bicombustíveis não seria ruim, na verdade seria vantajosa para a agricultura africana.
No mês passado, pesquisadores do Imperial College de Londres em conjunto com a consultoria de mercado de carbono CAMCo e a o Fórum para Pesquisa em Agricultura da África (FARA) disseram que os biocombustíveis irão impulsionar os investimentos na região e a infraestrutura.
Eles afirmaram ainda que haveria um efeito positivo na produção de alimentos e se bem administrados, os projetos de biocombustíveis não destruiriam o meio ambiente.
(Por Tim Cocks, Reuters, CarbonoBrasil, EcoAgência, 01/09/2010)