A análise do relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) - Brasil 2010, divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indica que os níveis dos principais poluentes têm se mantido estáveis nas grandes cidades do país, com exceção do ozônio, que ainda é encontrado em altas concentrações.
As regiões em que a concentração anual máxima foi maior em 2008, segundo o levantamento, foram Belo Horizonte (300 g/m³), São Paulo (279 g/m³) e Rio de Janeiro (233 g/m³), respectivamente. O padrão considerado aceitável pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) é 160 g/m³.
O ozônio é um forte oxidante, que provoca irritação das mucosas e das vias respiratórias. Ele é gerado, na baixa atmosfera, por reações fotoquímicas entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, oriundos da queima de combustíveis fósseis. Segundo o IBGE, é um poluente de difícil controle, por causa do aumento da frota de veículos automotores nas grandes cidades brasileiras.
Máxima concentração anual de ozônio em algumas regiões metropolitanas
Ano Belo Horizonte Curitiba Porto Alegre Rio de Janeiro Salvador (Camaçari) São Paulo Vitória
2000 142 383 ... 115 402 314 ...
2001 123 347 ... 152 1.960 350 132
2002 140 252 164 264 272 334 132
2003 200 192 146 177 1.081 314 141
2004 194 205 133 147 97 280 148
2005 223 208 163 300 125 390 148
2006 162 188 168 345 111 280 139
2007 179 195 195 604 111 361 138
2008 300 188 220 233 140 279 125
Outros poluentes
Segundo o IBGE, a concentração de outros poluentes, como o dióxido de enxofre (SO2), o dióxido de nitrogênio (NO2) e o monóxido de carbono (CO), tem se mantido estável ou em declínio.
Ao contrário do observado para SO2 e NO2, no entanto, as concentrações anuais médias de partículas totais em suspensão (PTS) e de partículas inaláveis (PM10) em algumas regiões metropolitanas estão bem acima do padrão do Conama, como é o caso de Curitiba e Vitória. No caso do Distrito Federal, os elevados valores de PTS refletem, provavelmente, as condições climáticas locais e a ocorrência de queimadas no entorno de Brasília durante a estação seca.
O material particulado, especialmente aquele mais fino (PM10), provoca e agrava doenças respiratórias, além de servir como agente transportador de gases tóxicos (adsorvidos à superfície das partículas) para o pulmão e, consequentemente, para a corrente sanguínea.
As informações utilizadas para a elaboração deste indicador foram produzidas pelos Órgãos Estaduais, Secretarias Municipais de Meio Ambiente e instituições privadas.
(UOL, 01/09/2010)