Dados levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o relatório Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) - Brasil 2010, divulgado nesta quarta-feira (1º), mostram que o Cerrado teve sua cobertura vegetal reduzida a quase metade, de 2.038.953 km² para 1.052.708 km², sendo que 85.074 km2 (4,18% do total) foram destruídos entre 2002 e 2008.
Os Estados que apresentaram, em termos absolutos, maior área desmatada entre 2002 e 2008 foram Mato Grosso (17.598 km²), Maranhão (14.825 km²) e Tocantins (12.198 km²) e, em termos relativos, Maranhão (6,99%), Bahia (6,12%) e Mato Grosso (4,90%).
A análise dos dados mostra que no período de 2002 a 2008 as taxas foram mais altas que as apresentadas para a floresta Amazônica. Segundo o IBGE, é preciso que medidas preventivas sejam colocadas em práticas nas regiões com taxas mais elevadas, ou o bioma será extinto em pouco tempo.
O levantamento demonstra uma tendência de aumento das áreas desmatadas vindas do sul e sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás) até 2002, e indo para o norte e nordeste do Cerrado (Bahia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão), no período 2002/2008.
As informações utilizadas pelo IBGE foram produzidas pelo Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - CSR/Ibama em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente.
Sobre o Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro (menor apenas que o da Amazônia) e possui uma biodiversidade bastante rica e variada, com presença de inúmeras espécies endêmicas. Além disso, também é extremamente rico em recursos hídricos.
A ameaça ao bioma começou a partir dos anos de 1970, quando o Cerrado tornou-se a principal área de produção de grãos no país, o que trouxe ganhos econômicos ao país e um grande passivo ambiental, pela introdução de espécies invasoras, uso de agroquímicos e emissão de gases de efeito estufa.
Os incêndios naturais fazem parte da dinâmica do Cerrado, mas o uso indiscriminado do fogo na expansão de áreas agrícola e pastoril, aliado à extração de madeira e carvão vegetal, constituem causas determinantes do desmatamento no Cerrado, segundo o IBGE.
(UOL, 01/09/2010)