O campeão absoluto da reciclagem no Brasil é o alumínio com 91,5% da matéria prima utilizada na indústria vindo de alumínio reciclado. Os dados de 2008 são do relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta quarta-feira (01).
Em seguida, vêm as embalagens pet, vidro, latas de aço e papel com taxas entre 43% e 55%. As embalagens longa vida são as menos recicladas (pela dificuldade de separação dos componentes) com 26,6%.
As latas de alumínio têm o maior percentual de material reciclado devido ao alto valor de mercado da sucata de alumínio, associado ao elevado gasto de energia necessário para produção de alumínio metálico. As garrafas pet são o segundo material reciclado mais utilizado, 54,8% em 2008. A taxa de reciclagem do vidro vem se mantendo estável nos últimos anos, com 47% do total em 2008. No mesmo ano, 46,5% do aço consumido na indústria vinham de latas recicladas. Já 43,7% do total de papel consumido na indústria é reciclado.
No Brasil, os altos níveis de reciclagem estão mais associados ao valor das matérias-primas e aos altos níveis de pobreza e desemprego do que à educação e à conscientização ambiental. É por conta disto que o papel, o vidro, a resina pet, as latas de aço, e as embalagens cartonadas, de mais baixo valor de mercado, apresentam índices de reciclagem bem menores que as latas de alumínio.
O IBGE acredita que o estabelecimento, pelo governo federal, de preços mínimos para os materiais recicláveis deve elevar a proporção de materiais reciclados. Segundo o Instituto, apenas uma pequena parte do lixo produzido no Brasil é seletivamente coletado. A maior parte da reciclagem é feita por catadores, autônomos ou associados em cooperativas, que retiram do lixo os materiais de mais alto valor.
A coleta seletiva de lixo e a conscientização da população para separar os resíduos, antes de descartá-los, podem aumentar não apenas a eficiência da reciclagem, como também trazer melhorias na qualidade de vida de catadores e de outros trabalhadores que lidam com resíduos.
A reciclagem das embalagens longa vida tetrapak é mais recente e apresenta o menor valor 26,6%, sendo medida a partir de 1.999. Além de não possuir tanta tradição na reciclagem, a necessidade de separar os materiais componentes das embalagens tetrapak (papel, alumínio e plástico) é outro fator dificultador.
As embalagens longa vida, por dispensarem refrigeração, também contribuem para o combate à destruição da camada de ozônio, pois a refrigeração é o setor industrial que mais consome substâncias que destroem esta camada. A reciclagem, ao reduzir o consumo de energia e a extração de matérias-primas, reduz, também, a emissão de gases de efeito estufa associados à geração de energia pela queima de combustíveis fósseis.
(UOL, 01/09/2010)