Os atingidos pela Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, construída na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, denunciam que o fechamento das comportas para formação do lago, ocorrido no último dia 25, está causando um grande desastre ambiental com o secamento de parte do rio e morte de muitos animais. “Um trecho de 6 quilômetros do rio está praticamente sem água e cerca de 17 quilômetros tem a vazão reduzida em até 80%”, firmam os atingidos.
Já a montante da barragem, a água está subindo e inundando milhares de hectares de terra, encobrindo propriedades, matas e animais. Quando completo, o lago irá inundar uma extensa área de mata nativa, caracterizada como os últimos remanescentes da floresta do Rio Uruguai. Ao todo, o lago terá a extensão de 150 quilômetros, ou seja, são 150 quilômetros do rio Uruguai que irão desaparecer com a construção da barragem Foz do Chapecó.
A barragem está localizada entre os municípios de Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS) e o consórcio é encabeçado pela empresa privada CPFL, que sistematicamente, tem negado o direito de muitas famílias atingidas pela obra. Há mais de 10 anos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) vem denunciando o descaso social e ambiental nos municípios da região e afirmando que as empresas do consórcio não estão preocupadas com o desenvolvimento local e sim com o lucro dessa construção.
“Além do desastre que está acontecendo com o rio Uruguai, com essa barragem perderemos a qualidade do ar, a neblina aumentará muito e também perderemos nossos patrimônios históricos e culturais. Sem falar na perda da qualidade da água, pois com a inundação do lago, a grande quantidade de matéria orgânica apodrecerá e emitirá CO2 para a atmosfera”, afirmou uma das lideranças do MAB na região.
(MAB, 31/08/2010)