É cada vez maior o apelo da sociedade para que as organizações incorporem padrões de sustentabilidade e responsabilidade corporativa. Para atender a essas exigências, no entanto, é preciso elaborar uma estratégia que leve em conta os fatores econômicos, sociais e ecológicos.
O embrião dessa mudança, que será tema de um colóquio promovido hoje pela Junior Achievement Brasil na Capital (veja quadro), ocorre no momento em que a empresa faz o levantamento dos impactos positivos e negativos provocados pelos processos do seu negócio. De acordo com Monique Dinato, gerente de conteúdo e metodologia da Junior Achievement Brasil e especialista em sustentabilidade, antes de implementar qualquer atividade nesse sentido, os dirigentes devem saber como estão sendo utilizados os recursos naturais e ter conhecimento de tudo o que, ao final do processo, pode virar poluição.
– A empresa deve começar a pensar no que pode economizar em termos de recursos naturais e no que pode ser evitado em termos de gasto de energia e água. Não há um caminho único para isso, pois negócios diferentes vão levar a diferentes respostas – salienta Monique.
Davis de Luna Tenório, diretor Presidente do Grupo Eco, empresa com gestão e princípios baseados na sustentabilidade, explica que a preocupação com a natureza afeta a competitividade. Segundo Tenório, o empreendedor que não estiver atento a essas questões pode perder não só clientes, mas também fornecedores e parceiros:
– Conservar o planeta, hoje, virou uma obrigação para qualquer negócio. A necessidade atual agrega valores sociais e ambientais aos negócios.
Dificuldade em lidar com tema é maior entre os pequenos
A tendência dos negócios sustentáveis atinge empresas de todos os portes. Mas, para as micro e pequenas, a aplicação dessas ações é um pouco mais complicada. Na avaliação de Danyela de Souza Pires, do setor Empreendedorismo e Inovação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS), isso se deve ao fato de os empreendimentos menores serem muito focados em sua sobrevivência.
– Sugiro que busquem informar-se sobre o assunto, porque, se forem preocupar-se com a questão depois de serem autuadas, podem até correr o risco de fechar – adverte Danyela.
Para Sérgio Esteves, diretor executivo da AMCE Negócios Sustentáveis, a preocupação com a redução dos efeitos sobre a natureza não deve ser tratada após as necessidades do negócio terem sido satisfeitas.
– Algumas empresas banalizam o tema e adotam soluções que não se efetivam – adverte Esteves.
O evento
- O colóquio com Fábio Barbosa responderá a perguntas de David Randon (presidente da Randon), Eduardo Sirotsky Melzer (vice-presidente executivo do Grupo RBS), Marcelo Lyra (vice-presidente de relações institucionais da Braskem), José Paulo Martins (diretor do Instituto Gerdau) e Júlio Fonseca (diretor de gente da Oi)
- O evento ocorre hoje, às 8h30min, no Teatro do CIEE-RS (Rua D. Pedro II, 861). As Inscrições são gratuitas, feitas no local
(Zero Hora, 31/08/2010)