(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
hidrelétricas na china política energética da china geração de energia
2010-08-31 | Tatianaf

A China passou a ter a maior capacidade de geração de energia hidrelétrica com a entrada em funcionamento das turbinas da central de Xiaowan, na província de Yunnan. Mas nem tudo é festa na região. É “um grande salto à frente”, disse, no dia 25, o subdiretor da Administração Nacional de Energia, Liu Qi, após todas as unidades entrarem em funcionamento, referindo-se às possibilidades do país no setor, informou a agência estatal de notícias Xinhua.

“O rápido desenvolvimento da energia hidrelétrica é muito importante para diminuir as emissões de dióxido de carbono”, disse Sun Yucai, vice-presidente executivo do Conselho de Eletricidade da China. A previsão é que os 700 mil quilowatts de Xiaowan elevem a capacidade de geração instalada para 200 milhões de quilowatts, divulgou a Xinhua. É o segundo projeto hidrelétrico por suas dimensões e custou US$ 5,86 bilhões. Pode “produzir 19 bilhões de quilowatts/hora de eletricidade por ano”, acrescentou.

A central receberá água de outra joia da energia chinesa, a represa de Xiaowan, a mais alta do mundo, com dois arcos e capacidade de armazenamento próximo dos 15 bilhões de metros cúbicos. É a quarta represa construída pelos chineses, das oitos previstas, na parte alta do Rio Mekong, para os chineses Lancang, que flui pelo território montanhoso de Yunnan.

A represa de Xiaowan começou a receber água do Mekong em outubro de 2009, quase duas décadas depois de Manwan, o primeiro projeto dessas características, ter começado a usar o Rio de 4.660 quilômetros. Porém, a celebração da façanha em matéria hidrelétrica, quase cem anos depois de construída a primeira central perto de Kunming, capital de Yunnan, não será compartilhada por moradores da parte baixa do Mekong.

Muitas comunidades rio abaixo se queixam da falta de água no Mekong e responsabilizam a China pela situação. Após registro do caudal mais baixo em 50 anos, organizações ambientalistas responsabilizaram as represas chinesas, especialmente Xiaowan, de prejudicarem as comunidades ribeirinhas de Birmânia, Camboja, Laos, Tailândia e Vietnã. O governo chinês tratou de explicar, em março, que a falta de água foi devida a uma grave seca, mas não conseguiu acalmar as comunidades que dependem do ecossistema do Rio e da pesca para sobreviver.

A pesca é a principal forma de sustento dos 60 milhões de pessoas da Bacia do Mekong. A renda anual gerada por essa atividade na parte baixa do Rio fica entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões. “Muita gente continuará pensando que a represa de Xiaowan contribui para reduzir o nível de água na estação seca”, disse Ame Trandem, ativista da organização International Rivers, com sede nos Estados Unidos. “Será assim até a China divulgar toda informação sobre as operações da represa”, acrescentou.

Os dados fornecidos à Comissão do Rio Mekong são insuficientes, disse Ame. A Comissão é uma organização intergovernamental integrada por Camboja, Laos, Tailândia e Vietnã. “A China deu passos positivos ao oferecer alguns detalhes. Contudo, ainda deve ser mais responsável e transparente, pois as comunidades locais não viram a informação dada à Comissão”, explicou.

A organização diz que as represas chinesas não têm capacidade para influir no caudal registrado rio abaixo, porque a maioria de seus afluentes é da bacia baixa. “A Comissão não previu que a represa de Xiaowan teria uma influência significativa na parte baixa do rio”, disse seu presidente, Damian Kean, no começo deste ano, quando choveram críticas contra Pequim.

“O impacto será maior na medida em que mais represas começarem a funcionar”, afirmou Damian à IPS, da capital do Laos. “Todos os países do Mekong querem que seja tomada a decisão correta a este respeito”, acrescentou. A China está consciente das consequências que suas represas do Mekong têm sobre os países que compartilham o maior curso de água do sudeste asiático.

O Mekong flui da meseta tibetana, passa por Yunnan, segue Myanmar, serpenteando por Laos, Tailândia e Camboja, até a desembocadura do Mar da China, no sul do Vietnã. Além disso, Pequim lida desde julho com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que regressa à região após a saída de seu antecessor, George W. Bush.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, pediu maior cooperação entre Washington e os países da Bacia do Mekong em julho de 2009, quando esteve na Tailândia. A declaração levou vários especialistas a alertarem para o perigo que as represas chinesas representam para a região. Os planos da China para o Rio o transformarão em um “rio chinês”, alertou este mês Richard Cronin, presidente para o sudeste asiático do Centro Stimson, com sede nos Estados Unidos.

“A disposição de Washington de se envolver na questão do Rio Mekong poderia significar um contrapeso perfeito para a estratégia da China”, escreveu este mês John Lee, integrante do Instituto Hudson, na publicação Foreign Policy, com sede em Washington. No momento Pequim responde às crescentes críticas norte-americanas com uma diplomacia “branda”, segundo analistas regionais.

(Por Marwaan Macan-Markar, IPS, Envolverde, 30/8/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -