Cada vez mais homens e mulheres estão preocupados com a aparência, mas os que fumam se esquecem que o cigarro é o grande vilão da saúde e da beleza. Além de causar dependência, o fumo compromete a cicatrização da pele após as cirurgias pois ele diminui a circulação sanguínea natural.
A combinação de nicotina e cirurgia plástica não é recomendada. Edith Kawano Horibe, cirurgiã plástica, PhD pela Faculdade de Medicina da USP e presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento (ABMAE) alerta para o pronlema.
— Não há como ignorar os reflexos negativos do fumo. A recuperação é mais prolongada e existe um maior índice de complicações como, formação de necroses e problemas na cicatrização — explica a especialista.
Além do risco de necrose e gangrena, há a possibilidade de abertura da sutura e de a pele voltar a enrugar em razão da menor sustentação dos tecidos. Algumas cirurgias são mais suscetíveis a isso, como a de rejuvenescimento facial e as plásticas de abdomem, já que existe o desdobramento e o tracionamento da pele, podendo apresentar dificuldade de cicatrização.
A pele corresponde a 40% do peso corpóreo e, consequentemente, qualquer alteração que ocorra com o organismo, afeta-a diretamente. Quando os pulmões respiram mal, diminui também a taxa de oxigenação da pele. Com isto, todas as funções metabólicas ficam alteradas, desencadeando o envelhecimento precoce.
— O fumo afeta diretamente a quantidade de vitamina A, C e E (antioxidantes naturais) presentes em grande quantidade na pele, os quais neutralizam as radicais hidroxilas (OH). A falta de vitaminas diminui a resistência da pele aos radicais livres e afeta a síntese de colágeno — afirma a cirurgiã.
As causas mais frequentes do vício são a ansiedade do dia-a-dia, a vida profissional agitada, estresse e tantos outros fatores, onde o cigarro torna-se um subterfúgio que leva à dependência química.
(Clic RBS, 30/08/2010)