O contrato de concessão da usina hidrelétrica mais polêmica do país, Belo Monte, foi assinado ontem, sob o otimismo dos empresários de que as obras devem começar ainda este ano.
Segundo Carlos Raimundo Nascimento, presidente da Norte Energia, a meta é começar as obras após o Ibama emitir a licença -última pendência para a construção.
Nascimento afirmou já contar com R$ 560 milhões de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) com 18 empresas -estatais, empreiteiras, fundos de pensão e investimento-, feita para construir a usina, no rio Xingu, no Pará.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a usina, que demorou três décadas para sair do papel, só é um empreendimento viável pela interferência do governo.
"O Estado entendeu que, se não entrasse no compartilhamento de responsabilidades, sozinha era difícil alguma empresa assumir essa obra."
O governo participou do leilão da usina e agora compõe parte da Norte Energia, por meio de Eletrobras e outras.
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, falou que haverá fomento à política de desenvolver conteúdo local para a obra.
Belo Monte terá financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e aportes da Norte Energia.
A usina tem previsão de ser concluída em 2015, e será a segunda maior hidrelétrica do país, atrás de Itaipu.
(Folha de São Paulo, 27/08/2010)