São Paulo teve ontem o dia com o ar mais poluído neste ano. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), cinco das 17 estações de medição de qualidade do ar na Região Metropolitana registraram a classificação "má", enquanto outras sete foram classificadas como "inadequadas". Nenhuma conseguiu índice bom. O ozônio foi o grande vilão.
Na capital, as piores áreas foram a Universidade de São Paulo (USP) e o Parque do Ibirapuera, onde os níveis do gás chegaram a 203 - o aceitável é até 101. A qualidade do ar também estava "má" em Santo André, São Caetano do Sul e Mauá - neste último, o ozônio chegou a 207. No interior, o destaque negativo foi São José dos Campos, onde o índice do poluente foi de 204.
A alta concentração de ozônio contribui para o aumento dos problemas causados pelo ar seco - que ontem também registrou valores recordes no ano. O pico foi entre 14 e 16 horas: 13% de umidade relativa do ar, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O índice ficou apenas a um ponto porcentual do estado de emergência (12%), em que se recomenda a interrupção de atividades ao ar livre por causa de riscos à saúde. O nível considerado adequado é de 60%.
No organismo a baixa umidade e o alto índice de ozônio se refletem em sintomas como tosse seca, coceira na garganta, cansaço e ardor nos olhos. "Os dois fenômenos têm efeitos bem parecidos e podem agravar a situação de quem já tem algum problema respiratório", disse a gerente de qualidade do ar da Cetesb, Maria Helena Martins.
(O Estado de São Paulo, 26/08/2010)