Ao assinar, hoje (26), o contrato de concessão da Usina de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, no Pará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou considerar que o ato torna possível algo que antes parecia impossível.
“O que está acontecendo hoje aqui é o fim de um período em que as pessoas tinham medo de governar, de debater. O que está acontecendo aqui, e vai passar para a história, é que estamos tornando possível algo que, durante 30 anos, parecia impossível”, disse.
Durante o discurso, Lula lembrou que há pessoas que ainda são contra a construção da hidrelétrica e afirmou que, ao longo de sua trajetória, ele mesmo fez vários discursos contra Belo Monte, sem sequer conhecer o projeto. “Vocês não sabem quantos discursos fiz contra Belo Monte sem nem saber o que era. E é exatamente no meu governo que acontece Belo Monte”.
Lula disse que, no passado, o Estado não dava importância para as pessoas que eram prejudicadas pela construção de hidrelétricas, mas que atualmente a questão social está sendo levada a sério.
“Aprendemos, já na discussão de Jirau e Santo Antônio [usinas em construção no Rio Madeira, em Rondônia], a conversar com as pessoas”. E acrescentou que hoje se tem discutido simultaneamente a construção da obra e o que será feito para atender essas pessoas. “As pessoas vão perceber que não as estamos enganando, que estamos trabalhando sério na questão social”.
Lula afirmou ainda que o atual projeto da Usina de Belo Monte causará menos impacto ambiental do que o proposto inicialmente, alagando uma área menor no entorno da usina. Segundo o presidente, a usina representa uma vitória da diplomacia do setor energético brasileiro que é resolver conversar mais do que brigar.
Belo Monte será a maior usina hidrelétrica brasileira e a terceira maior do mundo, com início das operações previstas para 2015.
(Por Yara Aquino, Agência Brasil, 26/08/2010)