Milton Marcondes, Veterinário e coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte
O veterinário Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte de Caravelas, no sul da Bahia, chegou à Capital ontem. Do aeroporto, seguiu direto para Capão Novo onde participará da reunião de traçará o destino da baleia. Ele conversou por telefone com Zero Hora:
ZH – Quais são os métodos possíveis para retirá-la novamente?
Marcondes – Vamos tentar descobrir porque encalhou e ver se tem chance de sobreviver. Se tiver, faremos mais uma tentativa de resgate. No caso de estar doente, se a devolvermos ao mar, voltaria a encalhar.
ZH – A eutanásia seria opção?
Marcondes – É uma escolha difícil, pois envolve o bem-estar do animal e uma grande carga de emoção. Se for avaliado que ela não tem nenhuma condição de sobreviver, a eutanásia pode ser uma opção para abreviar o sofrimento do animal.
ZH – Quais são as hipóteses para o encalhe de uma baleia?
Marcondes – Uma doença que deixe o animal desorientado, atropelamento por um barco ou ser presa por uma rede. Às vezes, entram na arrebentação e não conseguem sair.
Zero Hora– Calcula-se que a baleia tenha cerca de 11 metros e pese 25 toneladas e, por isso, tenha no máximo cinco anos. Quanto tempo vive uma baleia?
Milton Marcondes – Estima-se que possa chegar a 60 anos, ter até 16 metros e pesar 35 toneladas.
ZH – Quantos processos migratórios podem ter?
Marcondes – Um por ano. Saem de Abrolhos, no sul da Bahia, e percorrem por dois meses cerca de 4,5 mil quilômetros para se alimentarem na região subantártica.
ZH – Como é a passagem delas pelo Rio Grande do Sul?
Marcondes – Quando saem do Nordeste, acompanham a costa. Porém, na altura de Cabo Frio (RJ), percorrem uma linha reta em direção à Antártica. Elas não costumam passar perto do litoral a partir de São Paulo.
(Zero Hora, 26/08/2010)