A Petrobras firmou parceria com a americana KLE (KL Energy) para produzir álcool celulósico --obtido através da celulose- a partir do bagaço da cana de açúcar. Com essa tecnologia, a produção de uma usina de álcool poderia ter incremento de até 40%.
Esse tipo de álcool ainda é não é desenvolvido em escala industrial, e a Petrobras espera ser pioneira no negócio. "Há apenas testes. Queremos manter a vanguarda tecnológica na área de biocombustíveis", afirmou João Norberto Noschang, gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustíveis.
Está condicionada ao sucesso do desenvolvimento da nova tecnologia a construção de uma usina de álcool celulósico no Brasil, que funcionará a partir de 2013. A nova unidade seria integrada a uma usina de cana-de-açúcar.
A empresa brasileira vai investir US$ 11 milhões para adaptar as instalações de demonstração da KL Energy para utilizar a matéria-prima, na cidade americana de Upton, no Wyoming. Desse total, US$ 6 milhões serão na planta, e US$ 5 milhões como pagamento de royalties de propriedade intelectual da tecnologia
ESTUDOS
A estatal brasileira já faz estudos para o desenvolvimento do álcool a partir do bagaço da cana, em seu centro de pesquisas, no Rio.
"A Petrobras já tem pesquisas, vamos complementar. A planta de demonstração que já temos vai acelerar o desenvolvimento", explicou Peter Gross, presidente da KLE. Em seis meses, já poderão ser feitos testes em escala maior, estimou.
Na unidade da empresa americana são utilizadas resíduos de madeira como matéria-prima. As melhorias introduzidas devem permitir que outras fontes possam ser aproveitadas.
O contrato é de 18 meses e prevê exclusividade mútua na área de desenvolvimento desse álcool a partir do bagaço. A Petrobras terá licenciamento da tecnologia para utilizá-la no Brasil.
(Folha Online, 24/08/2010)