Os antibióticos podem ter ação reduzida em fumantes, segundo recente estudo da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, em Campinas. Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) fator de risco para mais de 50 doenças e responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil, o cigarro, segundo o estudo, pode afetar de forma negativa a atuação de antibióticos e interferir na eficácia do tratamento proposto.
Avaliando, a biodisponibilidade (quantidade efetiva do medicamento) do antibiótico Metronidazol, receitado no tratamento de doenças periodontais e ginecológicas, os pesquisadores descobriram que o cigarro pode interferir na ação do antibiótico no organismo de fumantes, o que significa a alteração de sua metabolização e uma possível interferência na eficácia do tratamento de doenças com o uso deste medicamento. "É normal uma parte do medicamento ser perdida antes de ser utilizada. Mas o efeito do cigarro reduz ainda mais a quantidade do medicamento absorvida pelo organismo, quando ministrado via oral", explica Juliana Ramacciato, uma das orientadoras do estudo.
De acordo com os especialistas, a pesquisa indica que, para compensar a redução do efeito do medicamento no organismo, dentistas e médicos precisariam ministrar doses maiores do remédio para os pacientes fumantes. A nova dosagem implica, entretanto, no risco de potencializar seus efeitos colaterais, como alteração de paladar e diarreia.
Baseados nesses resultados, os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários para confirmação, e recomendam que o melhor remédio é não fumar. "Planejamos fazer novas pesquisas que envolvam outros grupos de remédios, que também causam esse problema", informa a especialista. (Fonte: UOL)
(Capital News, 24/08/2010)