Uma operação de resgate é preparada para a manhã de hoje, na tentativa de salvar a baleia que encalhou entre as praias de Capão Novo e Arroio Teixeira, no Litoral Norte. Devido ao peso do animal - cerca de 25 toneladas -, será necessária a utilização de embarcações mais pesadas, além de guindastes. O grupo que trabalha desde domingo para salvar a baleia pretende construir uma espécie de maca para arrastar o animal até a parte mais profunda do mar.
Uma equipe formada por seis biólogos do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Ufrgs e do 1 Batalhão Ambiental da Brigada Militar realizou ontem a avaliação do animal. Segundo o comandante Nelio Tedesco, o cetáceo está debilitado. "Ela respira com dificuldade e pode não aguentar até quarta-feira", disse. Há expectativa de que, com a operação de resgate, seria possível levá-la para uma parte mais profunda do mar. O biólogo do Ceclimar Maurício Tavares explicou que a baleia deve ter 11 metros.
"Provavelmente é da espécie jubarte, sendo comum a sua presença no litoral gaúcho", observou. Segundo Tavares, pela avaliação externa, mais da metade do corpo do animal está dentro da água. Mesmo assim, ele se surpreendeu com a sua resistência. "Normalmente, animais quando encalham não sobrevivem mais do que 72 horas", afirmou. O biólogo destacou que, nesta época do ano, muitas baleias de grande porte deixam a Antártica em direção à bacia de Abrolhos, na Bahia, para reprodução. "Normalmente, esse deslocamento ocorre nos meses de junho e julho. Assim, ela estaria subindo tarde, já indicando um problema de saúde", afirmou o biólogo do Ceclimar.
A baleia está encalhada, segundo moradores, desde a noite de sábado. O caso atraiu dezenas de pessoas que acompanharam a avaliação do animal. Alguns curiosos e pescadores tentaram mexer na baleia na tentativa de soltá-la. Mas a iniciativa não obteve sucesso devido ao grande porte do animal.
(Correio do Povo, 24/08/2010)