Uma pesquisa realizada pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, em parceria com a ONG Conservação Internacional do Brasil, identificou 819 espécies de peixes raros de água doce nas águas brasileiras.
De acordo com a pesquisadora Thaís Pacheco Kasecker, da ONG Conservação Internacional do Brasil, no Mato Grosso foram encontradas 85 espécies de peixes raros. Segundo a pesquisadora, uma espécie é considerada rara por ter uma pequena distribuição. Elas foram encontradas apenas uma ou duas vezes pelos cientistas pesquisadores. Estas espécies não têm em nenhum outro lugar Brasil, ou não tem em nenhuma outra bacia. Por serem restritas, automaticamente já são consideradas ameaçadas estão ameaçadas.
A pesquisa iniciou em 2007, quando foi publicado um catalogo das Espécies de Peixes de Água Doce do Brasil. A partir desse inventário, 39 pesquisadores iniciaram um estudo para identificar as espécies cuja distribuição é restrita. Ainda segundo a pesquisadora, a partir da localização desses peixes, foram identificadas as áreas chaves para biodiversidade destas espécies pesquisadas. No Mato Grosso foram encontradas 67 áreas chaves e destas 21 estão em estado crítico.
Thaís explica que para uma área ser considerada é necessário a combinação de três fatores. O primeiro é verificar se tem vegetação remanescente que permita o curso da água. Segundo, se tem obras de infraestrutura, como usinas hidrelétricas. E por último se está dentro de uma área de conservação. A pesquisadora diz não ter conhecimento de nehum projeto de recuperação dessas áreas em Mato Grosso.
(O Globo, 23/08/2010)