O Brasil prepara parceria com a China para fabricar biocombustíveis na África, a exemplo do que já faz com Estados Unidos e Europa, e a produção deve ser totalmente voltada para o mercado chinês, afirma o diretor do departamento de energia do Ministério de Relações Exteriores, André Lago.
"As conversas já foram iniciadas. O Brasil sabe das responsabilidades em relação à África, e tem procurado chamar outros países para desenvolver o continente", afirmou à Folha, após participar do seminário "Mudanças Climáticas e Tecnologias Inovadoras para Energia", promovido pela Coope/UFRJ.
A China pretende dobrar, nos próximos anos, a geração das chamadas novas energias, como biocombustíveis, a solar e a eólica. Com o projeto da África, o país asiático pretende emitir créditos de carbono para compensar a emissão de gases, cada vez maior diante do forte crescimento do país.
Lago disse que ainda não há definição sobre o país e qual projeto será instalado na África.
O ministro Samuel Pinheiro Guimarães (Secretaria de Assuntos Estratégicos) disse considerar a China um dos principais parceiros do país, pelo fato de ser um dos maiores produtores de ciência e tecnologia do mundo. Ressaltou que o Brasil vem desenvolvendo parcerias no setor energético com diversos países.
"Eles têm preocupação grande, têm emissões importantes de gases, por causa da utilização do carvão. Temos possibilidade de cooperação muito grande com outros países, inclusive com a China", observou.
(Folha Online, 23/08/2010)