A maioria dos moradores da cidade argentina de Gualeguaychú é contra a possibilidade de o bloqueio que permaneceu em vigor por anos, na ponte de separa o país do Uruguai, seja retomado.
De acordo com uma pesquisa do cientista político Carlos Elgart, divulgado pela agência DyN, "a maioria dos moradores recusa um novo bloqueio total do trânsito e prefere buscar outro tipo de ações".
Na próxima quarta-feira, os ativistas da localidade reúnem-se em uma assembleia ampliada para decidir quais serão as novas medidas adotadas contra a fábrica de pasta de celulose UPM (ex-Botnia), que motivou o protesto anterior.
Eles deverão avaliar ainda se tomarão uma ação de pressão ou se irão esperar o início dos controles conjuntos ambientais, definidos pelos governos de Argentina, de Cristina Kirchner, e Uruguai, José Mujica.
A ponte General San Martín, que liga Gualeguaychú à uruguaia Fray Bentos, permaneceu fechada ininterruptamente por cerca de quatro anos. Os moradores do lado argentino denunciavam que a empresa de pasta de celulose era poluente.
O caso foi levado ao Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia, que determinou, em abril passado, que os dois países deveriam administrar conjuntamente a região. Contudo, segundo os magistrados, a indústria não polui o Rio Uruguai, divisa natural entre as nações.
Ainda assim, os manifestantes mantiveram o bloqueio, que foi suspenso apenas em junho passado, para que as duas administrações discutissem iniciativas para a área. No último mês, Mujica e Cristina acordaram designar cientistas para a realização de controles binacionais. (ANSA)
(Ansa, 21/08/2010)