Governo francês divulga programa de subsídios e empréstimos para o desenvolvimento de tecnologias verdes, como a captura e armazenagem de carbono e biocombustíveis, com a promessa de que €190 milhões serão liberados ainda em 2010
A França sempre teve tradição em investir em energias limpas, mas a novidade agora é o país deixar de ser tão focado em nuclear e eólica e destinar quantias substanciais de recursos públicos para outras tecnologias.
O programa “Demonstrateurs energies renouvelables et chimie verte”, algo como “Demostrativos de Energias Renováveis e Química Verde”, irá distribuir €1.35 bilhões no decorrer dos próximos quatro anos na forma de subsídios (€450 milhões) e de empréstimos com baixos juros (€900 milhões).
Segundo autoridades francesas os fundos serão destinados para tecnologias que possuam altos custos de desenvolvimento, como energia solar, marinha e geotermal, assim como projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS) e bicombustíveis avançados.
Cerca de €190 milhões devem ser investidos já em 2010 e outros €290 milhões anualmente até 2014.
Além dos recursos públicos, o governo francês está buscando parceiros na iniciativa privada para gerar mais €2 bilhões para as energias limpas. De acordo com a Bloomberg, a França deve ainda liberar €1 bilhão para transportes verdes e €250 milhões para redes elétricas inteligentes (smart grids).
O anúncio desse programa demonstra uma mudança na estratégia da França com relação às energias limpas. No decorrer das últimas décadas eram as fontes nucleares que recebiam grande destaque governamental, seguidas de longe pelas eólicas.
A Agência de Energia e Meio Ambiente francesa afirmou que o próximo passo agora é buscar empresas e projetos que mereçam os investimentos.
Japão
Não são apenas os franceses que estão de olho em tecnologias verdes, o governo japonês também está trabalhando em um plano de estímulo para o setor que deve ser anunciado em setembro.
O objetivo seria desenvolver produtos como baterias de lítio para automóveis, lâmpadas LED e outras mercadorias nas quais o Japão já é referência. Seriam assim concedidos subsídios para empresas que permitissem ao país consolidar sua liderança mundial.
Além disso, existe a previsão de ajuda para pequenos e médios negócios e para a formação de novos profissionais especializados em tecnologias verdes.
Diante desses anúncios uma coisa parece certa, o país que deixar de lado os investimentos em novas energias e em educação vai ficar para trás na corrida pelo mercado global das próximas décadas.
(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 20/08/2010)