A companhia Transocean, proprietária da plataforma operada pela BP que explodiu em 20 de abril no golfo do México, acusou a multinacional de ocultar importantes informações sobre o acidente, segundo uma carta que foi publicada nesta quinta-feira.
Na carta, datada de 18 de agosto e enviada a membros do governo e do Congresso americano, a Transocean afirma que a BP se negou a entregar dados que ajudariam a esclarecer o acidente da plataforma Deepwater Horizon.
"Parece que a BP está ocultando provas em uma tentativa de evitar que qualquer entidade com a exceção dela própria possa investigar a causa do acidente de abril e o vazamento", afirma na carta o advogado da Transocean, Steven Roberts.
Em comunicado, a petrolífera negou as acusações: "Lamentamos que a Transocean tenha decidido escrever uma carta com tantas afirmações errôneas, inclusive ao dizer que a BP esconde provas", afirmou a empresa.
"Cooperamos com várias investigações patrocinadas pelo Governo americano e outras entidades sobre as causas da tragédia", garante o comunicado.
A carta da Transocean dá a entender que a BP também não entregou informação relevante sobre o acidente ao governo federal, que também investiga as causas do acidente, no qual morreram 11 pessoas.
A comissão encarregada da pesquisa assegura que a BP já entregou alguns dados, os últimos nesta quinta-feira.
"Quando a comissão foi formada, (o executivo-chefe em fim de mandato da BP) Tony Hayward prometeu ao co-presidente William Reilly uma cooperação total", afirmou o porta-voz da comissão, Dave Cohen, sem confirmar que tipo de informação foi recebida, em declarações recolhidas pelo "The Wall Street Journal".
As investigações realizadas por BP, Transocean e outras companhias relacionadas com o pior desastre ecológico na história dos EUA podem ter um papel fundamental para esclarecer as responsabilidades pela catástrofe.
Os responsáveis terão que desembolsar de bilhões de dólares em multas e indenizações por danos relacionados com o vazamento.
(Folha Online, 20/08/2010)