Uma nova simulação do petróleo e metano que vazaram para o Golfo do México sugere que zonas hipóxicas profundas ou “zonas mortas” poderiam se formar perto da fonte de poluição. A pesquisa investiga cinco cenários de petróleo e plumas de metano em diferentes profundidades e incorpora uma taxa estimada de fluxo do derramamento da plataforma Deepwater Horizon, que lançou petróleo e gás metano no Golfo de abril desde meados de julho deste ano.
O trabalho científico [Simulations of underwater plumes of dissolved oil in the Gulf of Mexico] sobre a pesquisa foi aceito para publicação pela revista Geophysical Research Letters, revista da American Geophysical Union.
Cientistas na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (National Oceanic and Atmospheric Administration, NOAA, no original) e da Universidade de Princeton conduziram a pesquisa. Com base nas suas simulações, eles concluem que a hipóxia ou concentrações tóxicas de petróleo dissolvido no oceano, decorrentes do derramamento pela Deepwater Horizon são susceptíveis de ser “de importância local, mas regionalmente limitadas ao norte do Golfo do México”.
A hipóxia ou “zona morta” é uma região do oceano onde os níveis de oxigênio são inferiores ao necesário para suportar a maioria das formas de vida, geralmente porque os micróbios consomem um excesso de nutrientes na água, inclusive o oxigênio local.
“Segundo nossas simulações, essas áreas hipóxicas atingirão um pico em outubro”, diz o estudo co-autor Robert Hallberg da NOAA Geophysical Fluid Dynamics Laboratory, em Princeton, NJ. “Esta ‘zona morta’ vai desaparecer lentamente, na medida em que a água contaminada é misturada com as águas do Golfo, que não foram afetadas. Estamos estimando um par de anos, antes da zona morta se dissipar”, acrescenta.
Embora o estudo Princeton-NOAA tenha sido realizado quando o vazamento da Deepwater Horizon ainda era subestimado, o vazamento simulado durou mais do que o derrame originalmente estimado. Por conseguinte, diz Alistair Adcroft da Universidade de Princeton e do NOAA Geophysical Fluid Dynamics Laboratory, um outro co-autor do estudo, “o impacto global sobre o oxigênio acaba por ser quase o mesmo”.
(Por Henrique Cortez, EcoDebate, 20/08/2010, com informações de Maria-Jose Vinas, American Geophysical Union)