A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu hoje a criação de um indicador de emissão dos gases do efeito estufa. O índice, explicou ela, terá o objetivo de orientar o mercado sobre a sustentabilidade das empresas.
"Nossa economia cresce, mas as emissões de dióxido de carbono devem diminuir. Essa é a grande contribuição que o Brasil pode dar", afirmou Marina após participar da abertura do pregão na BM & FBovespa.
O indicador seria elaborado e gerenciado por uma Agência Nacional do Clima. O órgão teria a mesma função que as atuais agências reguladoras. Ou seja, fiscalizar e regular o setor. Ao justificar a proposta, a candidata disse que a questão climática não pode ser desconsiderada nos cenários futuros, sendo um importante fator de competitividade para as empresas brasileiras.
"Não temos um olhar punitivo para essa agenda, temos um olhar afirmativo no sentido de criar os instrumentos econômicos e a base de apoio técnico para essa economia de baixo carbono. É uma realidade que está sendo posta no mundo inteiro e o Brasil tem que se antecipar a ela", explicou.
Num segundo momento, o índice poderia, inclusive, ser utilizado para calcular o Produto Interno Bruto (PIB). "Nós não podemos começar cobrando para que as empresas e os diversos setores nos entreguem um produto como se estivesse pronto. O objetivo é criar indicadores para estimular a produção limpa e conseguir atingir os resultados."
Marina também comentou sua participação no debate realizado ontem entre os presidenciáveis e rejeitou a ideia de que teria centralizado suas críticas em vulnerabilidades do adversário José Serra (PSDB). "Minha preocupação não é criar constrangimento para Serra e para Dilma. É criar constrangimento ético para o Brasil", afirmou.
Serra foi governador paulista até o fim de março deste ano, quando desincompatibilizou do cargo para concorrer à Presidência da República.
(Por Fernando Taquari, Valor, 19/08/2010)