Após confirmar que a nova remessa de lixo europeu mandada para Rio Grande continha resíduos orgânicos, a Receita Federal investiga a empresa responsável pelo envio da carga até o porto no sul do Estado. Ontem à tarde, o órgão abriu o contêiner importado da Alemanha com 22 toneladas de lixo.
Com sede em Hong Kong, a Dashan despachou carga que, segundo sua documentação, deveria ser composta por aparas de polímeros, lixo industrial para reciclagem. Mas chegaram embalagens de uso doméstico, sujas, com importação proibida. O episódio relembrou 2009, quando cerca de 1,4 tonelada de resíduos britânicos chegou aos portos de Santos, Rio Grande e ao porto seco de Caxias.
– Vamos analisar as cargas da exportadora para ver se vieram outros contêineres com lixo orgânico – diz o inspetor-chefe da Receita Federal em Rio Grande, Marco Antônio Medeiros.
As informações serão repassadas ao Ministério das Relações Exteriores, que ainda buscará esclarecimentos com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público (MP). Não está descartada uma reclamação formal à Alemanha, como aconteceu no ano passado com o Reino Unido. A entrada da Polícia Federal no caso depende das conclusões do MP.
A abertura do contêiner, isolado no pátio do Terminal de Contêineres, permitiu o primeiro contato da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o material. Importadora da carga, a gaúcha Recoplast Recuperação e Comércio de Plástico iniciou os trâmites para devolver o lixo à Alemanha, exigência do Ibama.
(Por Guilherme Mazui, Zero Hora, 19/08/2010)