Mato Grosso e Rondônia tiveram mais de 2600 focos de queima em um dia.
Pará deve implantar nesta semana um centro integrado de monitoramento.
O risco de ocorrerem novos focos de incêndio ainda é crítico em praticamente todo o território dos estados do Acre e de Tocantins e em mais da metade da área do Pará, segundo boletim de monitoramento de focos de calor divulgado pelo Ibama nesta quarta-feira (18).
O relatório não apresenta dados sobre o nível de risco para Rondônia e Mato Grosso, que registraram, juntos, mais de 2600 focos de queima desde esta terça-feira (17).
A medição considera o registro por todos os satélites usados no Banco de Dados de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O relatório gerado pelo Ibama baseia-se em cinco níveis de alerta para o risco de novos incêndios: mínimo, baixo, médio, alto e crítico.
Apenas uma pequena área no oeste do Acre e outras duas no norte do Tocantins têm risco mínimo, segundo o boletim. No Pará, toda a porção sul e algumas áreas do centro e do norte do estado registram nível de alerta crítico.
O Pará é o estado que mais registrou focos de incêndio no Brasil desde o início de agosto, segundo o Inpe. Ao todo, foram mais de 35.500 focos de queima no período. Em seguida estão o Mato Grosso, com mais de 27.000 focos, Tocantins (16.858) e Rondônia (6.377).
"Devido a estiagem, o estado sofre em todas as regiões. No Pará, muitas vezes o produtor queima a vegetação para renovar pastagens, considerada uma prática criminosa. Até agora, não conseguimos flagrar ninguém", diz Hayman Souza, diretor de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema-PA).
Para monitorar os focos de incêndio no estado, o órgão conta com sete fiscais, segundo Souza. "Também há um grande efetivo do Corpo de Bombeiros, que está em Marabá, Redenção, Xinguara e Altamira", diz ele.
Segundo Souza, a Sema-PA também articula para esta semana, junto com o Ibama e o Corpo de Bombeiros, a implementação de um centro integrado para monitorar os focos de incêndio no estado. "A partir dele, poderemos levantar as regiões mais delicadas e tomar decisões para o controle dos incêndios", diz.
(Globo Amazônia, 18/08/2010)