O encarregado da resposta do governo americano ao vazamento causado pela BP no golfo do México, Thad Allen, disse nesta quarta (18) que não serão marcadas novas datas limite para acabar com o desastre.
Segundo Allen, a operação para vedar definitivamente o poço danificado continua adiada por preocupações sobre a pressão no local.
Assim, Allen desmente as previsões que ele próprio fez na segunda-feira, quando afirmou que o governo americano e a BP decidiriam até hoje um plano para terminar a escavação do poço auxiliar que permitirá fechar a parte inferior do poço danificado.
A BP esperava dar sinal verde à operação no final da semana passada, mas o medo da formação de um ciclone tropical na região interrompeu as tarefas de escavação do poço auxiliar.
Segundo Allen, as equipes de engenheiros optaram agora por "aumentar as precauções" e não dar nenhum passo até que saibam claramente quando devem substituir o sistema de válvulas que controla a pressão no poço.
Os especialistas se dividem entre mudar o sistema, situado no topo do poço, antes ou depois de completar a operação de vedação.
"Não daremos a ordem de continuar até que estejamos satisfeitos com as provas e tenhamos eliminado qualquer sombra de dúvida", disse Allen em uma teleconferência.
Segundo Allen, a preocupação das equipes é com a possibilidade de que a pressão no poço aumente com a conexão com o poço auxiliar para a injeção do poço.
Quando os engenheiros decidirem continuar com a operação, precisarão de quatro dias para escavar os 15 metros que faltam ao poço auxiliar e "mais vários dias" para terminar o fechamento do poço danificado, disse Allen.
O desastre ecológico no golfo do México, o maior da história dos Estados Unidos, começou em 20 de abril depois da explosão e posterior afundamento da plataforma "Deepwater Horizon", operada pela BP. Onze pessoas morreram no acidente, cujos motivos ainda não foram esclarecidos.
(Folha Online, 18/08/2010)