Dois relatórios divulgados nesta terça-feira (17) lançam dúvidas sobre os informes do governo norte-americano de que a maior parte dos mais de quatro milhões de barris de petróleo que vazaram da explosão da plataforma da BP já haviam sido recolhidos, queimados ou dispersados.
Um dos estudos foi publicado por pesquisadores da Universidade da Geórgia e afirma que cerca de 75% do petróleo ainda está na área, mas submerso, e segue sendo uma ameaça para o ecossistema.
O relatório se baseou nos mesmos dados que o governo dos EUA, mas obteve resultados totalmente diferentes. “A idéia de que quase todo o petróleo já desapareceu é absolutamente incorreta”, resumiu Charles Hopkinson, um dos líderes do estudo.
Já a Universidade do Sul da Flórida afirmou que encontrou sinais de poluição em sedimentos localizados em grandes profundidades. Essas regiões estariam apresentando níveis tóxicos de alguns elementos químicos nocivos para os organismos marinhos.
Em resposta à Universidade da Geórgia, um porta-voz da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) informou que os cálculos apresentados pelo governo foram “resultado de estimativas baseadas em medidas realizadas dentro das melhores práticas cientificas e que pesquisadores independentes participaram do processo”.
“O que estamos tentando dizer é que ainda existem sérios riscos para o meio ambiente. Ainda existe petróleo na água e no leito marinho. Temos que continuar monitorando essa tragédia”, disse Samantha Joye, da Universidade da Geórgia.
(Por Fabiano Ávila, Carbono Brasil, 18/08/2010)